(Flavio Tavares/ Hoje em Dia)
Produtos gratuitos,cupons de centenas de reais de desconto e promoções inacreditáveis. A todo momento, chegam mensagens pelo WhatsApp com ofertas difíceis de serem recusadas. O problema é que, na maioria das vezes, as mensagens compartilhadas por amigos e familiares não passam de golpes cibernéticos. Mas não é difícil reconhecer esse tipo de golpe: há sempre uma vantagem desproporcional mediante o preenchimento de um cadastro.
O golpe mais recente circulou no final da semana passada. “Olha que top essas cafeteiras que a Nespresso tá dando pra gente testar!!", dizia a mensagem, seguida do link. A promoção já foi desmentida pela empresa de café em cápsulas nas redes sociais. “A Nespresso Brasil esclarece que não está realizando nenhuma ação promocional via WhatsApp e está adotando as providências necessárias para evitar que o seu nome seja utilizado de forma indevida por terceiros”. É um tipo artimanha que está fazendo escola. Quem não recebeu o aviso de que a Kopenhagen estaria doando 1000 ovos de Páscoa Língua de Gato, ou que o Boticário estaria oferecendo um vale-presente de R$ 500 para quem preenchesse um questionário? Os ovos de brinde ou os cupons prometidos, contudo, nunca existiram.
Em geral, nesse tipo de golpe, um link encaminha o usuário a uma página semelhante à da empresa em questão, na qual ele é convidado a se inscrever no serviço para receber o benefício. O site pede informações como nome, telefone, Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), e-mail e até cartão de crédito.
A prática de clonar uma página de outra loja ou serviço é conhecida como "phishing", em referência a "fishing" ("pesca", em inglês), já que o usuário da internet se transforma em uma isca para o golpe. Um modo de evitar o crime é verificar o cadeado de segurança no navegador, ao lado esquerdo na barra de endereço da página, e o destino do site acessado.
O professor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, Luciano Leonel, explica que esse tipo de golpe traz duas consequências. "A instalação de um vírus no dispositivo ou a coleta de informações e senhas para serem usadas em diferentes sites de compras e internet banking”, aponta.
De acordo com o especialista, se o celular estiver habilitado para download de aplicativo que não faz parte da loja da marca (Apple Store ou Play Store, por exemplo), é possível que o usuário receba um arquivo indesejado sem perceber. “Tem gente que usa a mesma senha para diferentes sites. Ao fazer um cadastro de senha em um site falso, acaba transmitindo a mesma senha do banco ou cartão de crédito, por exemplo”, alerta.
Confira algumas dicas dadas pelo professor Luciano Leonel para evitar cair em um golpe cibernético:
- Mantenha habilitada a opção de segurança que inibe download de aplicativo não relacionado à loja oficial do dispositivo;
- Sempre verifique se o endereço apresentado é de fato da empresa que afirma ser (verificar o cadeado de segurança no navegador, ao lado esquerdo na barra de endereço da página, e o destino do site acessado);
- Se for necessário preencher um formulário ou atualizar um cadastro, ligue para a empresa para verificar a veracidade da campanha. As grandes empresas costumam ter um número 0800;
- Use senhas diferentes para os mais diferentes sites. Pode parecer difícil, mas existem aplicativos bem seguros que administram as senhas para o usuário;
- Mantenha o antivírus atualizado, baixando a última versão;
- Nunca abra sites não confiáveis, especialmente aqueles cheios de propagandas.
Veja o comunicado da Nespresso:Reprodução Facebook / N/A