Promotor: Eliza estava “pedindo socorro às autoridades” e fugindo de Bruno

Amanda Paixão e Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
07/03/2013 às 13:19.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:40

Para o promotor Henry Vasconcelos, Eliza Samudio estava fugindo do goleiro Bruno Fernandes, pai do filho dela. Ele afirma que a modelo sabia do risco que corria e que, por isso, pediu socorro às autoridades ao registrar um boletim de ocorrência denunciando as ameaças do atleta, as agressões e o pedido dele para que ela abortasse.

"Nós assistimos a uma entrevista colhida pelo jornal Extra, quando Eliza Silva Samudio estava a deixar a delegacia em Jaracarépagua, no Rio de Janeiro, e contou que estava ameaçada de morte por esperar uma gravidez indesejada e até remédios abortivos foi obrigada a tomar", disse o promotor em altos brados. Vasconcelos disse que a declaração da modelo era uma "autêntica crônica de uma morte anunciada", digna de Gabriel García Marques.

Em seguida, o representante do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), leu os pontos mais relevantes do relato de Eliza, quando ela registrou a denúncia na delegacia do Rio de Janeiro. Henry Vasconcelos foi categórico ao dizer que Bruno mentiu ao afirmar que transou com a modelo apenas uma vez.

"Eliza, em seu depoimento, deixa claro que tinha relações sexuais com Bruno contantentemente, mesmo grávida", afirmou. O fato teria sido comprovado nas conversas entre Eliza e amigos, feitas por meio de rede social. O notebook da ex-amante do atleta foi periciado pela polícia, já que "felizmente não foi queimado pelos calhordas", acrescentou o promotor.

Segundo Vasconcelos, em um diálogo datado de quatro meses antes do sequestro e desaparecimento de Eliza Samudio foi feito o registro da seguinte conversa no notebook da mulher. "Varanda é bom. Eu fazia direto com o Bruno olhando para o mar. É bom demais", relembrou a fala da ex do goleiro. Para o representante do MPMG, o trecho comprava que Bruno e Eliza tiveram relações sexuais várias vezes. "Assim como Bruno tinha com Dayanne, em "remembers", e assim como tinha com Fernanda. Bruno tinha várias mulheres", afirmou.

"Eu quero que você morra"

Durante a fala de Henry Vasconcelos, o promotor relembrou os fatos que Eliza denunciou. Segundo ele, a modelo hospedou-se no hotel Transamérica, no Rio de Janeiro, com as despesas paga pelo goleiro. O promotor disse ainda que o único pedido da modelo ao pai do filho dela era para que ele pagasse os exames pré-natais. Bruno teria dito para Eliza em na ocasião em que ela passou mal e, sangrando, foi parar em um hospital: "Eu quero que você morra e se foda. Você é um problema só seu", segundo o promotor.

Vasconcelos mencionou ainda outros detalhes da denúncia de Eliza Samudio: Bruno teria dado um tapa na cara da modelo e Macarrão teria chamado ela de "vagabunda". O goleiro, segundo o promotor, teria apontado uma pistola para a cabeça da ex e a obrigado a entrar no carro. No caminho até a casa dele no Recreio dos Bandeirantes, Bruno teria dito que Eliza seria obrigada a abortar. O goleiro teria, inclusive, dado remédios abortivos para Eliza.

"Terra de Bruno? Só vou com passagem de ida"

Um depoimento de uma amiga de Eliza Samudio do dia 22 de maio de 2010 foi relembrado pelo promotor Henry Vasconcelos, durante o debate. Eliza Samudio foi capturada no Rio de Janeiro no dia 4 de junho daquele ano e havia se hospedado anteriormente na casa dessa amiga para resolver as questões da paternidade de "Bruninho". De acordo com o promotor, a condição que Bruno Fernandes teria colocado para fazer o exame de DNA era que Eliza retirasse a queixa contra ele. Afinal, se ela fizesse isso, o goleiro teria certidão negativa de antecedentes criminais na Polícia Civil, caso contrário, esse poderia ser um empecilho para Bruno firmar contrato com o time italiano Milan. Ao ser questionada pelo amigo para ir até Minas Gerais, Eliza retrucou o colega: " Terra do Bruno? Vou só com passagem de ida. Vão me matar lá! Você ri? Porque não é com você. Bruno é maluco, você não conhece ele", conforme o promotor. 

Atualizada às 13h46.

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