Promotor se excede e chama "Bola" de "desgraça e bandido" durante julgamento do réu

Renata Evangelista e Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
27/04/2013 às 19:16.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:13

O promotor Henry Wagner Vasconcelos foi efusivo e aumentou o tom da voz ao se referir ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola". Aos gritos, o representante do Ministério Público Estadual (MPE) chamou o réu de "desgraça e bandido". Em outro momento, ele se referiu a "Bola" como "canalha, vagabundo, mentiroso, estúpido, crápula e covarde". As declarações foram dadas na tarde deste sábado (27). Pouco antes, ele já havia chamado o ex-policial de "matador, assassino de aluguel, psicopata e profissional na arte de matar". "Bola" está sendo julgado no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, acusado de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele foi apontado como o executor de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes.   Ao falar de Ércio Quaresma, defensor de "Bola", o promotor disse que o ex-policial aprendeu tudo com o "verme". "Nunca vi um drogado ser herói", declarou. Henry Vasconcelos falou, ainda, que a defesa de Marcos Aparecido é "prostituta e escarlate". "Ele quer converter aqueles delegados de polícia em anti-herói. E em herói quem não é, eu nunca vi drogado ser herói", disse o promotor Henry Vasconcelos sobre Quaresma e a tentativa do defensor de desqualificar as delegadas Alessandra Wilke, Ana Maria dos Santos e o delegado Júlio Wilke.   Logo no início do tempo destinado a réplica, o promotor criticou a atuação dos advogados do réu que, segundo ele, usaram parte do período da defesa para atacar as autoridades e instituições públicas, e não defender "Bola". Ao contrário do que tentou mostrar os advogados Ércio Quaresma e Fernando Magalhães, Henry Vasconcelos sustenta que não houve irregularidades no depoimento de Jorge Rosa Sales, primo do atleta que denunciou o crime.   Ele lembrou que o rapaz, que era menor na época dos fatos, em junho de 2010, chegou a dizer que desmaiaria de medo que visse "Bola" na sua frente. O jovem teria relatado que se sentia ameaçado e que não queria morar em Minas Gerais, com receio do acusado.   Tentando convencer os jurados a condenarem o réu, ele relembrou que os laudos periciais comprovaram que Jorge Luiz não inventou que Eliza foi morta por asfixia. Além disso, ele mostrou evidências, que constam nos autos, que o jovem não mentiu sobre a descrição do acusado de matar a ex-amante do atleta.   Infeliz   Para o promotor, os advogados de Marcos Aparecido fizeram perguntas argumentativas e induziram o delegado Edson Moreira à respostas infelizes. Henry Vasconcelos voltou a declarar que não fez acordo para confissão do goleiro Bruno e de Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", que foram julgados e condenados.   Sobre o episódio da jurada do atleta que foi flagrada com drogas, o representante do MP disse que "policial vagabundo e covarde" plantou entorpecentes para ela.

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