O promotor Roberto Bodini disse nesta quarta-feira, 13, que pretende convidar tanto o ex-secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo Antônio Donato, que deixou nesta terça-feira, 12, o cargo, quanto o ex-secretário de Finanças na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab Mauro Ricardo Machado Costa, que ocupou a função no período em que a chamada "máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS)" atuou.
Donato é suspeito de receber pagamentos mensais de R$ 20 mil feitos pelo auditor fiscal Eduardo Horle Barcellos entre dezembro de 2011 e setembro de 2012. Já Costa terá de explicar como foi possível que os funcionários de confiança movimentassem o envelope de dinheiro dentro da Prefeitura durante anos sem que ele soubesse. "Ou ele tinha ciência dos fatos, ou não tinha ciência. Se não tinha, houve pelo menos uma omissão", disse Bodini. Ele afirmou ainda que, a princípio, no caso de Donato, ele será ouvido na condição de testemunha.
Bodini prometeu avançar agora na investigação sobre as empresas que irrigavam o esquema. No depoimento dado nesta terça-feira por Barcellos, o promotor foi informado de que nem ele próprio, nem Donato, sabiam quais empresas efetuavam o pagamento de propina para a liberação das obras."Uma informação que o Barcellos trouxe foi de que não havia demora para a liberação do habite-se", disse Bodini. Assim, de acordo com o promotor, as construtoras não seriam forçadas participar do esquema. Apenas aquelas que queriam a vantagem de obter descontos nos impostos, como o ISS, é que pagavam a propina, segundo Bodini.
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