Promotoria pede prisão preventiva de 6 executivos do cartel do Metrô e CPTM

27/03/2014 às 19:35.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:47

  O Ministério Público pediu à Justiça a decretação da prisão preventiva de pelo menos seis executivos acusados de formação de cartel e fraude à licitação em concorrências públicas de trens em São Paulo de 1998 a 2008. Todos são estrangeiros e vivem fora do Brasil.    Segundo a Promotoria, os acusados não foram localizados durante as investigações do caso do cartel de trens e residem no exterior, e por isso as detenções são necessárias para eles possa ser processados e punidos.   No requerimento ao Judiciário, o promotor Marcelo Mendroni diz que eles devem ser presos para a "garantia da ordem econômica". Mendroni requisitou também que os denunciados sejam incluídos na lista de procurados da Interpol, a organização internacional que reúne polícias de 190 países.   Os pedidos de prisão preventiva foram feito em duas das cinco denúncias criminais apresentadas pelo Ministério Público à Justiça na última segunda-feira.   Ao todo 30 executivos de 12 empresas foram formalmente acusados de formação de cartel e fraude à licitação. Se a Justiça aceitar as denúncias os acusados passarão à condição de réus e poderão ser punidos com penas que vão de 2 a 15 anos de prisão.   O promotor pediu a prisão dos seguintes executivos: Serge van Themsche, que foi presidente da Bombardier no Brasil entre 2001 e 2006; Peter Rathgeber, gerente de vendas da Siemens; Robert Huber Weber, ex-diretor da Siemens AG, na Alemanha; Herbert Hans Steffen, ex-membro do conselho regional da Siemens, também na Alemanha; Rainer Giebl, diretor comercial de venda de trens para a península Ibérica e Américas da Siemens AG; José Aniorte Jimenez, ex-diretor técnico para venda de trens na península Ibérica e Américas da Siemens AG.   Dos cinco executivos da Siemens alemã, só dois continuam na empresa, segundo a assessoria da multinacional.   Diário do cartel  Rathgeber fez um diário sobre a ação do cartel sobre as negociações ilegais entre as empresas do cartel para fraudar concorrência da linha 5 do Metrô. Anotou que as empresas vinham fazendo "reuniões secretas" para discutir o contrato, "de acordo com o desejo do cliente". Segundo o executivo, àquela altura a ideia era repartir "o bolo" entre cinco companhias.   Outro acusado, Herbert Steffen, foi acusado em 2011 em processo iniciado nos Estados Unidos contra a Siemens pelo fato de a multinacional alemã ter pago propinas na Argentina de US$ 100 milhões para obter um contrato de US$ 1 bilhão, para a produção de carteiras de identidade para todos os cidadãos daquele país.   Outro lado  A Siemens diz em nota que a empresa quer "transparência e apuração de eventuais responsabilidades, caso qualquer desvio de conduta seja comprovado".   A empresa afirma que ao denunciar o cartel no ano passado, "tomou uma atitude corajosa, pioneira, comprometida com a defesa da livre concorrência e dos negócios limpos".   A Bombardier diz que Serge van Themsche não trabalha mais na empresa. A multinacional canadense diz que, como o processo está em andamento, não irá comentá-lo. A reportagem não localizou os executivos alvo dos pedidos de prisão até às 19h desta quinta-feira (27). 

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