Protagonistas de "O Espetacular Homem-Aranha" vivem romance na vida real

Paulo Henrique Silva* - Do Hoje em Dia
03/07/2012 às 10:29.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:16
 (Sony Pictures/Divulgação)

(Sony Pictures/Divulgação)

Enquanto os primeiros grupos de jornalistas do Brasil e da América Latina entrevistam os produtores de “O Espetacular Homem-Aranha”, numa sala do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, não dá para não se deixar contagiar pelas risadas de Emma Stone numa mesa a poucos metros de distância.

Quando a atriz entra na sala, somos apresentados à nova namoradinha do Homem-Aranha, Gwen Stacy. Branca como leite, cabelos ruivos e charmosas sardas no rosto, seu ar de ingenuidade cai sob medida na personagem.

Atriz de “Zumbilândia e Histórias Cruzadas”, Emma substitui Mary Jane (Kirsten Dunst) no coração do aracnídeo. Não é a única novidade em “O Espetacular Homem-Aranha”, que tem pré-estreias nesta terça-feira (3) nos cinemas de Belo Horizonte. Os realizadores resolveram partir novamente do zero, reapresentando a história com um novo protagonista, vivido por Andrew Garfield.

A paixão do casal ultrapassou a tela e foi para a vida real, assunto que, embora não tratado diretamente na entrevista, permeia toda a conversa, rendendo momentos divertidos, como os que seguem abaixo:

Há um momento específico da batalha final que chama bastante a atenção com relação à construção da personagem...

É quando eu levo um chute no traseiro, né? (risos). Desde que conheci bem a personagem, eu a adorei. Diria que ela, provavelmente, é uma das rainhas das tragédias na mitologia moderna. Aquele momento machuca... É um “encontro” inesquecível para ela e para o Homem-Aranha do ponto de vista moral, quando o envolvimento deles a afeta. Foi um término doloroso. Ela tenta desesperadamente ser forte para a família, depois do que aconteceu com o seu pai. É como se ela sempre tivesse envolvida com a morte de certa forma.

Desde que foi criado, na década de 1960, o Homem-Aranha vem sofrendo várias transformações, ficando mais à margem do centro social. Como isso afeta Gwen Stacy?

A questão do Peter é muito interessante. A exclusão dele da sociedade é mais pela própria escolha. O fato de ele ser órfão de certa forma influenciou no desenvolvimento dessa de complexidade incrível. Ele construiu esse tópico de fúria e é como se ele gostasse disso. Daí ele se transformou no Homem-Aranha e parece gostar de ter sofrido aquele baque, perdendo a própria identidade. No novo filme, ele é um Peter diferente, que curte o trabalho de herói e a situação de ser excluído.

Como foi a química entre você e Andrew Garfield?

Às vezes, as relações ganham um novo significado quando as cenas são editadas. Essa química é algo importante e até um pouco estranha. É o mesmo clima que há entre amigos, e a química é, definitivamente, muito significativa para conseguir esse envolvimento. É muito legal quando você encontra um ator assim, especialmente quando ele vai interpretar seu amigo, seu namorado ou alguém com vínculo próximo. É algo interessante de se descobrir, principalmente em uma história de amor.

Então você se divertiu com Garfield em frente às câmeras?

Sim. O ponto marcante disso é que nós pudemos ser naturais. Lógico que estava tudo no roteiro, o convite para sair, mas Andrew estava muito aberto para deixar isso acontecer e foi um grande presente para o resultado final do filme. Esses tipo de produção demanda muito dos atores e é algo bacana quando o diretor diz “vá, divirta-se”. Daí a gente vai e vê o que encontra... Eu sou um pouco tímida, mas foi legal interpretar as cenas.

Isso fica evidente na personagem...

Eu não consigo controlar. Não sei como... (risos)

Quais são as principais diferenças entre você e a outra namorada do Peter, Mary Jane, que participou da trilogia de Sam Raimi na pele da ruiva Kirsten Dunst?

Elas são realmente opostas. Gwen nasceu na cidade, cresceu com muito dinheiro, o pai dela é o chefe da polícia e tem uma base familiar bem sólida. Ela é muito responsável e tem uma relação legal com o pai. Tanto que ela não compreende a situação do pai alcoólatra do Peter.

E sobre o relacionamento Gwen e Peter?

Eu acho que a Gwen precisava de um herói e o Peter precisa cuidar de alguém. Ela sabe do segredo que Peter é o Homem-Aranha, o mesmo sujeito que seu pai tenta capturar. É a primeira vez que ela tem uma atitude considerada “irresponsável”. Isso machuca muito o coração dela. É uma situação muito difícil.

Como você fez para dar aquele ar para a personagem, uma garota que não bebe e que é certinha?

Ela é tão consciente sobre a morte e ao mesmo tempo uma pobre garotinha no controle, que vê seu pai sair todos os dias sem saber se voltará para casa. Então ela encontra esse garoto, descobrindo mais tarde que é o Homem-Aranha procurado por seu pai. É como se ela estivesse sempre cercada pela morte e tentando entender essa situação, de ser sempre tragicamente confrontada com a morte, não importando o que faça.

Você tem noção de que a produção vai dar uma visibilidade ainda maior para cada um dos envolvidos no filme?

Mergulhar nessa experiência foi algo como construir uma nova história do Homem-Aranha. Ainda me lembro de estar sentada, no hotel, lendo pela primeira vez o texto e pensando como eu desenharia a personagem e o que as pessoas pensariam dela. Agora eu sou parte de tudo isso. Na verdade, as pessoas se preocupam com o Homem-Aranha e a história, que é muito maior do que eu. Eles não vão ao cinema para me ver, mas para ver o Homem-Aranha (risos). Eu nunca deixaria de fazer algo por medo do que aquilo poderia se tornar, apesar de às vezes isso me aterrorizar. Pelo menos sou parte de uma história que amo.


*Colaborou Milson Veloso

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