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Um protesto contra o aumento dos impostos sobre combustíveis e o alto custo de vida na França se transformou em um motim nesse sábado (1º) em Paris. Os manifestantes construíram barricadas no meio das ruas, atearam fogo e lançaram pedras contra os policiais, que, por sua vez, dispararam bombas de gás lacrimogêneo e usaram canhões d'água para tentar dispersar a multidão. O confronto deixou pelo menos 80 pessoas feridas, incluindo 16 policiais. Outras 183 pessoas foram presas.
Este é o terceiro fim de semana consecutivo de confrontos em Paris. A cena na capital francesa contrastou acentuadamente com os protestos de sábado em outras regiões francesas, onde manifestações e bloqueios de estradas eram em grande medida pacíficos. Autoridades francesas disseram ter contado 36 mil manifestantes em todo o país, incluindo 5,5 mil em Paris.
Os confrontos na capital francesa começaram no início de sábado perto do Arco do Triunfo e continuaram durante a tarde em várias ruas da área mais turística da cidade. Grupos de manifestantes construíram barricadas improvisadas no meio das ruas, atearam fogo em carros e lixeiras, e picharam o monumento. Alguns manifestantes removeram as barreiras que protegiam o Túmulo do Soldado Desconhecido da Primeira Guerra Mundial, sob o monumento do Arco do Triunfo, para posar perto da chama eterna e cantar o hino nacional.
A prefeita de Paris Anne Hidalgo declarou em sua conta no Twitter sua "indignação" e "profunda tristeza", dizendo que a violência "não é aceitável". O primeiro-ministro francês Edouard Philippe afirmou que alguns manifestantes atacaram a polícia "com uma violência raramente vista", levando às prisões.
Em Buenos Aires, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que os manifestantes violentos que atacaram policiais e picharam o Arco do Triunfo seriam denunciados e prometeu que eles serão "responsabilizados por seus atos". Segundo ele, os protestos "não têm nada a ver com a expressão pacífica de uma raiva legítima". Para Macron, "nenhuma causa justifica" os ataques contra a polícia ou saques a lojas e edifícios em chamas.
O presidente francês disse que realizará uma reunião do governo de emergência neste domingo e cancelou sua ida a uma conferência sobre o clima na Polônia.