Prova definitiva

04/07/2018 às 18:16.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:12

Se ainda havia dúvida sobre a seletividade e parcialidade política da força tarefa da Lava Jato, do procurador Dallagnol e, principalmente, do juiz Moro, ela se foi com a postura em relação ao processo do ex-governador paranaense Beto Richa, do PSDB. Não há justificativa plausível para tanta inoperância e passividade!

Como já havia sido feito no caso do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o processo contra Beto Richa também terminou sendo encaminhado para a Justiça Eleitoral. 

Ambos eram governadores e, com a renúncia para concorrer nas próximas eleições, perderam o foro especial. Assim, seus processos, que se encontravam no STJ, deveriam ser encaminhados para a primeira instância. 
No caso Alckmin, ele foi remetido, de imediato, para a Justiça Eleitoral. 

No caso de Richa, o processo foi, inicialmente, encaminhado para as mãos do juiz Moro. Todavia, depois de dois longos meses de total paralisia, tanto do referido juiz quanto do procurador Dallagnol, o STJ decidiu requisitar o processo para que fosse - assim como o de Alckmin - encaminhado para o TSE.
Primeiramente, chama a atenção que acusações de recebimento ilegal de dinheiro sejam tratadas para o caso de políticos de vários partidos como crime comum, ao passo que, no caso de dois próceres tucanos que serão candidatos em outubro, o mesmo tipo de acusação seja tratado como crime eleitoral. 
Afinal, as punições enfrentadas em caso de acusações de caráter penal são muito mais pesadas do que aquelas de natureza eleitoral. Por que acusações contra dois pesos pesados do tucanato que vão concorrer a importantes cargos - e, portanto, têm perspectiva real de poder - são tratadas de forma tão diferenciada? 

É óbvio que se tem aqui um caso de seletividade partidária nos altos escalões do sistema de justiça!

Em segundo lugar, caem de vez quaisquer argumentos a favor do mito de que “sem foro, é Moro”. O ex-governador Beto Richa perdeu o foro especial e teve seu processo durante dois longos meses nas mãos do juiz Moro e nada aconteceu com ele. Absolutamente nada!
Moro tem sido acusado de envolvimento com políticos tucanos. Na grande oportunidade que teve para mostrar sua isenção, falhou vergonhosamente. 

Não haveria oportunidade melhor para provar boa fé e imparcialidade: um ex-governador tucano e do seu próprio Estado. Dura lex sed lex? Poderia ter mostrado que é duro com qualquer um. Mas, preferiu a inoperância seletiva. 

Para os amigos, tudo. Para os inimigos, nem a lei! Esperei duas semanas para escrever esta coluna, pois queria dar o benefício da dúvida, ver se nas redes sociais o procurador Dallagnol e o juiz Moro iriam espernear pelo fato do processo de Beto Richa ter sido encaminhado para o TSE. Nada, só o silêncio dos coniventes!

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