(Valéria Marques/Hoje em Dia)
A quadrilha que foi alvo de uma operação contra lavagem de dinheiro, na manhã desta terça-feira (30), mantinha laços com um dos grupos criminosos mais perigosos do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC). A suspeita é que os investigados tenham lavado mais de R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos.
Conforme apuração do Ministério Público, a quadrilha utilizava empresas fantasmas, entre elas uma rádio e uma igreja evangélica, para burlar a fiscalização em todo o país. Em Minas, foram identificadas uma empresa de eletrônicos e uma padaria, ambas em Vespasiano, na Grande BH, que teriam movimentado mais de R$ 100 milhões.
Além de PCC, segundo o promotor de Justiça Gabriel Mendonça, os suspeitos usavam as empresas para lavar o dinheiro de diversos grupos criminosos. "Já identificamos crimes como estelionato e facção criminosa, especialmente envolvendo o PCC”.
Durante a ação de hoje, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão:
O material apreendido vai ser analisado na segunda fase da operação. Bens e dinheiro em contas dos investigados foram apreendidos e bloqueados, totalizando R$ 170 milhões.
Para dificultar o trabalho da fiscalização e aumentar as chances de sucesso no crime, os bandidos criaram várias pessoas jurídicas falsas. As novas empresas não tinham empregados nem emitiam notas fiscais.
“Existem empresas que efetivamente existem, mas a movimentação financeira é incompatível com o parâmetro. Os investigados criam as pessoas jurídicas, registram nos órgãos competentes, mas elas não emitem documento fiscal e não possuem empregados. Servem apenas para a passagem do dinheiro e dificultar a identificação de onde esse dinheiro desaba”, disse o delegado Marcos Vinicius.
A operação contou com a participação de um delegado de polícia, um promotor de Justiça do Gaeco BH, além de promotores de Justiça e 41 policiais civis e militares dos Gaecos dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Tocantins, Amapá e Alagoas.