Quanto mais simples, melhor!

Lady Campos - Hoje em Dia
12/11/2014 às 10:34.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:59
 (Montagem Hoje em Dia)

(Montagem Hoje em Dia)

A camisa amarrada na cintura talvez seja a mais lúcida tradução do estilo grunge, que marcou os anos 90 e chegou de mansinho, decorando grande parte dos looks do inverno 2015. Na passarela da São Paulo Fashion Week (SPFW), que encerrou a temporada de 36 desfiles na última sexta-feira, a década, que ficou conhecida como a da moda descomplicada, pediu passagem.
A explicação mais convincente que se ouve entre os especialistas prega o tão falado estilo norm core, com o desejo urgente de as pessoas se vestirem como se estivessem usando “roupa de ficar em casa”.

Por trás da sonhada despretensão de aparecer com o jeans surrado e amado, de abraçar o corpo com um moletom confortável, ou seja, de não ostentar luxo e não parecer escravo da moda, um leque de referências utilitárias grita na roupa.
Em jeans ou em tecido tecnológico, a multifuncional jardineira decorou a passarela. Marcas como Ellus, Alexandre Herchcovitch e Colcci não se furtaram ao utilitarismo. Uma febre de bolsos grandes, zíperes que passeiam de maneira nada discreta pelas peças e outros elementos facilitadores indicam que a roupa do inverno tem menos influência militar e mais apelo de conforto para o dia a dia. O street style cada vez mais serve de referência e inspiração para os estilistas.

A descontração de usar a camisa como os grunges foi traduzida na passarela invernal em faixas longas que brincaram pela camisaria, por vestidos e por casacos e jaquetas (que cresceram, têm amarrações e se transformaram em vestido de Pedro Lourenço).
A roupa, que à primeira vista parece descomplicada, também chamada de minimalista na década de 90, serviu de inspiração para uma série de vestidos modelo tubo ou coluna. A modelagem da peça é reta e pega carona na alfaiataria, técnica utilizada por nove entre dez estilistas que desfilaram no evento. Mas, atenção, o black dress não é o mesmo. Endossa a máxima de vestir uma mulher guerreira. Os vestidos invernais são delineados como armaduras por Patrícia Bonaldi, para sua PatBô, ou como uma desbravadora viking, de Eduardo Pombal para Tufi Duek, com capas e maxipaetês.

No glossário da nova alfaiataria, elementos herdados do estilo esportivo revitalizam a roupa, enquanto volumes inusitados, fendas que deixam um pedaço da barriga de fora e decotes V em profusão emprestam sensualidade. Ninguém melhor que o estilista Vitorino Campos para modernizar a tradicional técnica.
Enquanto o marrom assume papel do novo preto na temporada de frio, o tweed se consolida como o tecido mais amado. Na PatBô, o tweed de jacquard foi mostrado como nova possibilidade para a roupa de festa. It girls amam o estilo. Outra boa sacada que lembra o tweed, trama eternizada por Chanel, veio da Colcci, que compôs o repertório da nova coleção com tressê de denim em saias, vestidos e casacos estruturados.

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