Quaresma diz que há provas ilegais no processo e reforça que não trabalha com "mutreta"

Renata Evangelista - Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
27/04/2013 às 17:55.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:13

  O advogado Ércio Quaresma defendeu que há provas ilegais no processo sobre o sumiço de Eliza Samudio e foi categórico ao afirmar que não há provas contra seu cliente, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola". Durante uma hora e 30 minutos que teve disponível para tentar convencer os sete jurados que o réu não matou a ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, o defensor tentou, mais uma vez, desqualificar o inquérito que resultou no indiciamento de "Bola".   Na tarde deste sábado (27), Quaresma garantiu que não aceita "mutreta", "acordo" ou "venda". Ele se referiu aos supostos acordos realizados entre a acusação e a defesa do goleiro e de Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", que já foram condenados pela morte de Eliza Samudio. Além disso, ele mostrou um vídeo com o depoimento do delegado aposentado Edson Moreira, em que o atual vereador diz que "forças ocultas" atuaram nas investigações sobre a morte de Eliza. Quaresma, então, questionou os jurados como o responsável pelo inquérito pode ter "esquecido quase todas as questões que lhes foram perguntadas".   Para tentar sensibilizar o Conselho de Sentença, o advogado disse que os jurados não podem ser "o carrasco da própria consciência". O defensor reforçou que há autos sigilosos que não foram mostrado pois poderiam absolver "Bola". "Não há como julgar a escuridão. Não há como julgar o segredo", disse.   Comoção   Logo no início de seu discurso, Quaresma exibiu um vídeo em que relata seu drama quando assumiu seu vício em crack. Simulando choro, ele proferiu: "superei esse martírio, mas essa chaga vou levar por muito tempo". Ele perguntou os jurados como "Bola" poderia ter matado e esquartejado o corpo de Eliza Samudio sem deixar nenhum vestígio.    Comparando o promotor Henry Wagner Vasconcelos com a apresentadora Xuxa Menegel, ele falou que o representante do Ministério Público deve "acreditar em duendes". Outra ironia feita pelo defensor de "Bola" foi compará-lo com o bruxinho Harry Potter, da saga literária da escritora britânica J. K. Rolling.   Quaresma deixou que o advogado Fernando Magalhães usasse os 30 minutos finais destinados à defesa para falar sobre "Bola". Ele ressaltou o trabalho feito pelo colega e disse que Quaresma "perdeu a vida por esse processo".   Para Magalhães, o detento Jailson Oliveira, que ficou preso no mesmo pavilhão que "Bola" na Penitenciária Nelson Hungria, e revelou um suposto plano de execução de autoridades, só quis "aparecer". Além disso, o advogado frisou que a filha do delegado aposentado Edson Moreira estava no sítio do goleiro Bruno, em Esmeraldas, na Grande BH.   Em uma tentativa de mostrar as falhas no inquérito, o defensor reforçou a teoria de que "Bola" foi "eleito" como executor de Eliza. Magalhães disse, também, que as características descritas do assassinado na ex-amante do atleta não se assemelham ao tipo físico de Marcos Aparecido.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por