GUADALAJARA - Quase 50 policiais mexicanos se negam a trabalhar desde sexta-feira (28) , após o início da onda de violência no país, sendo 31 de Jalisco (oeste) e 16 de Michoacan, disse neste domingo (30) uma fonte oficial.
O serviço de polícia Ayotlán, Jalisco, que normalmente conta com 68 policiais, foi assim reduzido a quase metade, disse à AFP um funcionário do governo do município, que pediu anonimato por causa da tensão que prevalece na área desde 23 de dezembro, quando o comando foi atacado por homens armados, deixando três policiais mortos.
Contudo, o prefeito de Ayotlán, Jesus Rodriguez, se recusou a conceder a baixa aos policiais, que somadas às 16 registradas na sexta-feira no município de Michoacán, somam 47 baixas nesta região do oeste do México, cenário de disputas sangrentas entre traficantes.
As forças da ordem de Ayotlán têm escasso armamento, o que tem lhes impedido de repelir as agressões.
Pelo menos 24 mortes foram registradas entre 21 e 24 de Dezembro, sendo 11 em Michoacán e 13 em Jalisco, durante diferentes eventos supostamente liderados por gangues de crime organizado e por cartéis de drogas.
Na madrugada de 25 de dezembro, uma fonte oficial relatou outro confronto na cidade de Pihuamo, Jalisco, e apesar de a imprensa local ter mencionado um possível saldo de 15 mortos, os funcionários não se pronunciaram a respeito até o momento.
Os 16 policiais que se demitiram em Michoacán, das populações de Briseñas e Marcos Castellanos, argumentaram ter recebido ameaças de grupos criminosos, enquanto que no sábado foi anunciado o assassinato de um funcionário de alto escalão desse estado.
As populações da fronteira de Jalisco e Michoacán, uma área estratégica para o contrabando de drogas, mantêm-se da agricultura, pecuária e dinheiro enviado de parentes dos Estados Unidos, mas sofrem com os confrontos entre os grupos A Família, Cavaleiros Templários, Resistência e Nova Geração, que estão disputando o controle de atividades criminosas, como sequestros, tráfico de drogas e extorsão.
O presidente Enrique Peña Nieto, que assumiu o cargo em 1º de dezembro, disse que o Exército vai permanecer nas ruas, mas também anunciou a criação de uma polícia capacitada para enfrentar o crime organizado.