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Quase metade dos ataques em escolas no Brasil foram registrados nos últimos 8 meses, diz promotora

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
17/04/2023 às 21:16.
Atualizado em 17/04/2023 às 23:36
 (Divulgação / ALMG)

(Divulgação / ALMG)

Quase metade dos ataques a escolas registrados no Brasil ocorreram nos últimos oito meses. Entre 2002 e 2023, foram registrados 27 atentados. Deste quantitativo, 13 ocorreram entre o ano passado e este ano - quase metade do total.

O dado preocupante foi relatado pela promotora da Defesa da Educação do Ministério Público de Minas Gerais, Ana Carolina Zambon Pinto Coelho, em audiência pública nesta segunda-feira (17), na Assembleia Legislativa (ALMG), para discutir políticas públicas de prevenção, repressão, investigação e reparação de atos de violência no ambiente escolar.

Na avaliação da promotora o número evidencia o crescente problema da radicalização no país. “Importamos, por mimetismo, esse tipo de ação da cultura americana. Isso não era algo que fazia parte da nossa rotina”, observou a promotora.

Na audiência, a representante do Ministério Público disse que, no Brasil, a idade dos autores dos ataques era entre 10 e 25 anos. Para ela, uma das causas desse fenômeno é a radicalização dos jovens, que frequentam fóruns de discussão na internet. As redes sociais funcionariam como ambientes de escuta e reverberação para o ressentimento de jovens vítimas de bullying, que encontrariam no ambiente digital um espaço de acolhimento que incentiva a violência.

Prevenção
Na opinião da promotora, é preciso investir em programas de mediação de conflitos e de prevenção do bullying, além de garantir que os pais acompanhem a vida escolar de seus filhos. "Estamos vivendo numa sociedade que tem a violência como modelo e isso entra na escola. “Precisamos construir uma cultura de paz nas escolas”, contou.

A promotora avalia que o problema é complexo e a solução será um desafio, que irá envolver políticas públicas de educação, saúde, segurança pública e assistência social. Para a promotora, o foco na segurança pública não será suficiente para conter o problema.

Denúncia
Na audiência autoridades destacaram que mensagens com ameaças de ataques a escolas não devem ser compartilhadas nas redes sociais. Segundo a ALMG, a circulação de informações e imagens sobre o  assunto pode levar a um efeito de contágio e estimular novos atos, além de incitar o medo das famílias.

Essas mensagens, no entanto, precisam ser monitoradas e ter a veracidade checada. O governo federal criou um canal para acolher esse  tipo de denúncia. Elas podem ser feitas neste site, de forma anônima e são mantidas sob sigilo.

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