(GUILLAUME HORCAJUELO)
A classificação de sua seleção para as oitavas de final da Copa do Mundo, quatro anos depois de ter sido eliminada logo na primeira fase, foi um feito bastante comemorado pela torcida e a imprensa da França. O técnico Didier Deschamps, por sua vez, preferiu não se empolgar tanto assim, a menos de uma semana de enfrentar a Nigéria.
"Não estou dizendo que não possam ficar felizes, tomara que fiquem ainda mais", disse, quando questionado por um jornalista sobre o motivo de não externar a mesma animação. "Mas não cabe a mim dizer que não somos tão bons assim. Cabe a mim manter o ritmo. Acho que nossa seleção é boa, e os jogadores precisam desse apoio. Isso é excelente", explicou-se.
O receio de Deschamps se deve ao fato de muitos franceses supostamente terem exagerado nas análises depois da goleada sobre a Suíça, na rodada passada. "Acharam que éramos os reis do mundo, mas espere aí. Os adversários têm qualidades. Eu não estava errado quando dizia que não iríamos ganhar todos os jogos por três gols. Os jogos são difíceis, de muita intensidade. Foi difícil se classificar para as oitavas", salientou.
Não foi tão difícil assim, na verdade. Depois das vitórias sobre Honduras e Suíça, a França entrou em campo contra Equador, nesta quarta-feira, com uma mínima probabilidade de ser eliminada. O empate sem gol bastou para assegurar a primeira colocação da chave, mas até mesmo uma derrota simples não lhe tiraria a classificação para a próxima fase. Só que a vontade de vencer acabou sendo frustrada.
Mesmo com um jogador a mais em grande parte do segundo tempo, após expulsão do volante Antonio Valencia, a França não conseguiu vazar o goleiro Alexander Domínguez. "É preciso mais do que isso para afetar minha satisfação. Passamos em primeiro lugar, estamos nas oitavas. Eles se defenderam muito bem com dez jogadores. Não fomos tão eficazes quanto gostaríamos, mas certamente não terei nenhuma lembrança negativa", minimizou o treinador, elogioso ao elenco que tem em mãos, sem comparações diretas com o que fracassou em 2010.
"Desde o primeiro dia que estamos juntos, há um espírito de querer fazer as coisas corretamente. É um grande prazer para mim. Vejo que há dedicação naquilo que fazem. Há vontade, desejo em comum de lutarem para chegar ao lugar mais longe possível. Meu papel é justamente juntar todos esses elementos para manter isso", concluiu, cinco dias antes do duelo contra a Nigéria, marcado para segunda-feira, em Brasília.