A riqueza do Espinhaço

Quatro novas espécies de plantas são encontradas na serra do Norte de Minas

Descobertas destacam a rica biodiversidade dos campos rupestres da Serra do Espinhaço e reforçam a importância da conservação ambiental

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
20/10/2025 às 07:00.
Atualizado em 20/10/2025 às 07:43
 (IEF/Divulgação)

(IEF/Divulgação)

Um arbusto, um tipo de margarida e duas árvores raras. Quatro espécies de plantas foram descobertas nos últimos meses na Serra do Espinhaço Mineiro, cadeia montanhosa que se estende do Norte do Estado até a Bahia. Os achados destacam a rica biodiversidade dos campos rupestres e reforçam a importância da conservação ambiental.

As novas espécies descritas são: Staelia fimbriata (Rubiaceae) e Wedelia riopardensis (Asteraceae), publicadas na revista Phytotaxa; Eriope carpotricha (Lamiaceae), na Nordic Journal of Botany; e Microlicia geraizeira (Melastomataceae), na Webbia. As descobertas ocorreram nas regiões de Monte Azul e Rio Pardo de Minas, abrangendo as serras das Marombas e Nova.

Staelia fimbriata, da família do café, é um pequeno arbusto adaptado aos solos arenosos e pobres da região, conhecidos como “areais”. Wedelia riopardensis, espécie de margarida de flores amarelas, recebeu o nome em homenagem a Rio Pardo de Minas, local da identificação inicial. 

Eriope carpotricha destaca-se por ser uma espécie de árvore, rara, que ocorre em áreas de transição entre Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, apresentando pelos microscópicos nos frutos e sementes. Já Microlicia geraizeira pode atingir até quatro metros de altura, tem flores brancas e o nome presta homenagem ao povo “geraizeiro” do Norte de Minas, tradicional na cultura e no uso sustentável do Cerrado.

Conforme os estudos publicados, Staelia fimbriata e Eriope carpotricha não ocorrem dentro de unidades de conservação de proteção integral, aumentando a vulnerabilidade. Por isso, foram classificadas preliminarmente como “Criticamente em Perigo”. 
As expedições que levaram a essas descobertas foram lideradas pelo doutorando Danilo Zavatin, da USP, com apoio financeiro da Fapesp e colaboração do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e pesquisadores internacionais. Segundo Zavatin, a cooperação entre equipes locais e estrangeiras é fundamental para o avanço da ciência.

A região conta com o chamado Plano de Ação Territorial (PAT) Espinhaço Mineiro, que une esforços de pesquisadores, gestores e instituições pela proteção local. As pesquisas fazem parte do PAT, coordenada pelo pesquisador Renato Ramos. “A Serra do Espinhaço continua sendo um celeiro de novas espécies, impulsionado pelo interesse dos pesquisadores e pelo trabalho do IEF”, afirma.

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