(AFP)
Um avião de transporte militar americano caiu nesta sexta-feira (02) no Afeganistão e matou 11 pessoas, em um momento de combates violentos entre o exército afegão e os talibãs pelo controle da cidade de Kunduz.
O C-130 caiu por volta da meia-noite no aeroporto de Jalalabad, importante cidade do leste do país, perto da fronteira com o Paquistão.
Seis militares americanos e cinco funcionários terceirizados de empresas privadas morreram no acidente, segundo fontes americanas.
"A tripulação e os passageiros morreram", disse o coronel americano Brian Tribus.
A missão da Otan, que confirmou o balanço de 11 mortos, não divulgou qualquer explicação para o acidente.
Os talibãs, que reivindicam com frequência e sem provas a autoria dos acidentes aéreos no Afeganistão, anunciaram que derrubaram a aeronave.
"Nossos mujahedines derrubaram um quadrimotor americano em Jalalabad", informou no Twitter o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, que anunciou um balanço de 15 mortos.
No entanto, o major americano Tony Wickman disse à AFP que "com um alto grau de confiança um ataque inimigo não contribuiu para o acidente", que está sendo investigado.
O C-130 é um avião de transporte militar para várias missões, com múltiplas versões, capaz de decolar e pousar em pistas curtas ou superficiais. Está equipado com quatro motores de hélice.
Os funcionários terceirizados trabalham para a nova missão da Otan no Afeganistão "Apoio Resoluto", responsável por treinar assessorar as tropas afegãs, que passaram a enfrentar sozinhas a rebelião talibã desde o fim da missão de combate das forças da coalizão em dezembro do ano passado.
A Aliança Atlântica mantém apenas 13.000 soldados no Afeganistão, incluindo 10.000 americanos.
Jalalabad está no caminho entre Cabul e o Paquistão. O aeroporto local, onde fica uma importante base militar, já foi atacado diversas vezes.
O acidente desta sexta-feira aconteceu horas depois da retomada pelas forças afegãs do controle da cidade estratégica de Kunduz (norte), que estava sob poder dos talibãs desde segunda-feira.
Moradores afirmaram que o exército assumiu o controle de bairros centrais da cidade. O ministro interino da Defesa, Masum Stanekzaï, advertiu que as operações de expulsão dos talibãs prosseguem nesta sexta-feira.
Os talibãs negaram um recuo e prosseguiam com os combates em alguns bairros.
Mesmo em caso de confirmação, a recuperação de Kunduz não representaria uma vitória a longo prazo de Cabul contra os talibãs, que demonstraram nos últimos dias seu poder nesta região do norte do país, onde lutam contra as forças do governo em várias frentes.
A tomada de Kunduz, uma cidade estratégica no caminho para o Tadjiquistão, foi um revés para o presidente Ashraf Ghani, no poder há 12 meses. Na quinta-feira, o chefe de Estado prometeu "punir todos os que faltaram com seu dever" na derrota.