Queda nos negócios deixa hotéis de BH apreensivos

Bruno Moreno - Hoje em Dia
18/01/2015 às 08:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:42

Passado o auê da Copa do Mundo, o setor de turismo de Belo Horizonte vive a incerteza se irá ou não colher os frutos dos chamados legados do megaevento. Um dos setores mais sensíveis é o hoteleiro, que depende da realização de eventos para manter uma taxa mínima de ocupação, o que, até o momento, ainda não está garantido.   A presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (Abih-MG), Patrícia Coutinho, está apreensiva em relação a 2015. “Não vejo a curto prazo o aumento dos locais para realização de eventos. Além disso, o turismo em Belo Horizonte é essencialmente de negócios, e os negócios estão em recessão técnica. Juntamente com essa retração, tem também o aumento expressivo no número de leitos”, avalia.   Antes do Mundial, a capital tinha 8,6 mil Unidades Hoteleiras (UH), com capacidade para 18 mil hóspedes. Depois dos incentivos municipais à construção de hotéis, o número saltou para 13 mil UHs, com 25 mil leitos.   Esse aumento veio com a entrada em operação de 34 novos hotéis. Até o fim deste ano, mais 12 devem ficar prontos e, com isso, Belo Horizonte terá 15.227 UHs, com cerca de 30 mil leitos.   Taxa de ocupação caiu   Percentualmente, em 2014 a taxa de ocupação nos hotéis da capital foi a pior dos últimos quatro anos, com média de 58%. Desde 2011, quando a taxa foi de 74%, o índice só tem caído.   Um dos fatores que contribuíram foi a inauguração dos novos hotéis nos últimos anos. Para 2015, Patrícia Coutinho avalia que a taxa tem que ser de 70% para que os hotéis consigam sobreviver e não fechem as portas.   Como medida para não piorar a situação do setor, Patrícia sugere que não sejam construídos mais hotéis na cidade. Além disso, avalia que alguns deles, que ainda não foram inaugurados, poderiam ser transformados em residenciais.   Dois hotéis em Belo Horizonte já fecharam as portas. O antigo Promenade Volpi, próximo à praça ABC, virou um condomínio residencial, no dia 1º de janeiro. Lá, os apartamento são alugados ou vendidos.   Já o Liberty Palace, na Savassi, desde o ano passado está em reformas para virar um prédio de salas comerciais.   Legados da Copa são esperados para os próximos anos   Os frutos da exposição internacional que Belo Horizonte teve com a Copa do Mundo devem ser percebidos nos próximos anos, com a atração de mais eventos de peso. A avaliação é da diretora de Promoção Turística da Belotur, Stella de Moura.   Para 2016, a cidade já conseguiu trazer o 18º Simpósio Internacional de Fisioterapia Cardiorespiratória e, em 2018, será realizado o 18º Congresso do Conselho Internacional de Ciências Aeronáuticas.   Já o assessor do Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau, Hernani de Castro Júnior, avalia que o número de eventos na capital mineira em 2015 deve superar o do ano passado. Segundo a Belutor, em 2013 foram 1.044 eventos, sendo 180 de alto impacto econômico.   Entretanto, ele teme que a quantidade de atrações na capital não seja suficiente para impedir a ociosidade dos hotéis. Hernani lembra que no planejamento dos novos hotéis havia a expectativa da inauguração do Centro de Convenções, no bairro União, que teria 30 mil metros quadrados de área.   Os procedimentos para a implantação começaram em junho de 2010, mas a obra ainda não saiu do papel. De acordo com a Belotur, o antigo proprietário do terreno briga na Justiça por uma indenização de maior valor. Por isso, não há previsão para início da construção.   Outra demanda é a ampliação do Expominas, no bairro Gameleira. No ano passado, a licitação da Parceria Público-Privada não teve interessados. Um novo processo foi aberto e deve ser concluído no próximo mês.

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