Quem lê o manual? Recomendações do fabricante podem evitar problemas e gastos

Boris Feldman - Hoje em Dia
13/12/2014 às 10:46.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:22
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

O carro para na estrada por pane seca. Se o motorista tivesse lido o manual, evitaria perder tempo e dinheiro para rebocá-lo.   Qual é a gasolina recomendada? E o prazo para troca do óleo do motor? Na hora da entrega do carro na concessionária, o vendedor passou a informação mas você não se lembra mais?   Mas, tudo isso está no manual do proprietário..   Entretanto, verdade seja dita: quanto mais importante se torna o manual, menos se tem paciência para digeri-lo. Alguns motoristas procuram se inteirar das regras básicas para funcionar o carro. Muitos, nem isso.   Parte da culpa é dele mesmo, pois vem se tornando um verdadeiro calhamaço. A invasão da eletrônica deu nisso: tornou o carro mais seguro, econômico, prático e confiável, mas criou dezenas ou centenas de novas funções, comandos e controles que jamais existiram no passado.   Talvez o prezado não saiba, mas hoje tem que se inteirar até de como operar o freio de estacionamento: alguns modelos aboliram a alavanca (ou pedal) do freio e o sistema funciona elétrica e automaticamente.   Carro para por pane seca; se tivesse lido o manual, dono não perderia tempo nem dinheiro   Um exemplo da falta que faz a leitura do manual é o corte automático de combustível. Alguns automóveis contam com um equipamento que bloqueia a passagem de combustível para o motor no caso de um acidente. A ideia é evitar incêndio num carro que bateu ou capotou.   Acontece que, no Brasil, as “crateras” do nosso asfalto iludem o sistema pois seus sensores “acham” que o impacto sofrido pela roda foi provocada por um acidente. E cortam o combustível.   Algumas dezenas de metros depois do buraco, o carro para na estrada por pane seca. Se o motorista tivesse lido o manual, evitaria perder horas no acostamento esperando reboque. Além do golpe no bolso. O manual explica como funciona o sistema e como desativá-lo (basta apertar um botãozinho) no caso de um falso alarme. Mas, fazer o que se o motorista não sabe nem que existe o sistema e muito menos onde está o tal botãozinho? O carro não precisa conter sofisticadas inovações tecnológicas para complicar a vida do dono. Ele se encalacra com qualquer inovação tecnológica. Ou mesmo com as regrinhas básicas de manutenção e operação do automóvel, quase todas muito bem explicadas no manual. Se troca ou não o óleo da caixa, gasolina recomendada, calibragem (e medida) dos pneus, significado das luzinhas do painel e várias outras informações básicas, que deixam o dono do carro embatucado na hora “H”. Poucos imaginam que está tudo muito bem explicado no livrinho desprezado por (quase) todos...   “CONTRA VENENO”   As fábricas tentam contornar a situação com manuais mais práticos, atraentes e objetivos. E de se fazer do limão uma limonada, utilizando-se da própria eletrônica para descomplicá-la, ao lançar mão de recursos mais modernos (CD, DVD) para tornar as instruções mais digeríveis. Nada que tenha resolvido o assunto, por enquanto.   Entretanto, enquanto se tenta amenizar o problema, mais eletrônica vai sendo incorporada ao automóvel. E mais complexa a comunicação com o dono.

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