Onze adultos e 11 menores de idade detidos na manifestação do Dia do Professor, 15, no centro do Rio continuavam presos até o fim da tarde de ontem, 20. No caso dos adultos, os alvarás de soltura já haviam sido expedidos, mas eles permaneciam no complexo penitenciário de Bangu às 18 horas, aguardando a chegada do documento, conforme informou a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária.
Quatro menores também esperavam o alvará no fim da tarde, no Centro de Socioeducação Professor Gelso de Carvalho Amaral, na Ilha do Governador. Sete serão levados a juízo apenas nesta segunda-feira, 21 - poderão ser soltos imediatamente ou reenviados ao Departamento-Geral de Ações Socioeducativa.
Outros sete menores já estão em casa, segundo o defensor público Fabio Schwartz, que os assiste. "As acusações são muito genéricas, não dizem o que cada jovem fez, daí a decisão da Justiça de liberá-los. São estudantes matriculados, sem passagem pela polícia e que têm apoio familiar", disse. Eles foram apreendidos por supostos crimes de formação de quadrilha, tentativa de homicídio de policial militar e roubo de colete policial.
O defensor explicou que "99% dos jovens" são estudantes de escola pública e se solidarizam com os professores grevistas. Eles não se conheciam, disse Schwartz, o que descaracterizaria a figura de bando ou quadrilha. São de classe média e classe média baixa e alguns sonham em ser professores no futuro, ele contou. "Os menores estavam ali por ideologia."
De acordo com os defensores dos adultos já liberados - 52, até às 18h40 de ontem -, as acusações contra eles, como destruição do patrimônio e formação de quadrilha, também são desprovidas de provas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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