Racionamento: são preocupantes os níveis dos reservatórios de água

11/03/2014 às 09:05.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:33

Dilma Rousseff afirmou ao Hoje em Dia, na entrevista publicada na última quarta-feira, que não vê perspectivas de problemas no suprimento de energia. Mas, apesar da aparente tranquilidade da presidente da República,  que abastecem a população e as hidrelétricas da região Sudeste do país.

A represa de Furnas, no Sul de Minas, registrava na sexta-feira o nível mais baixo dos últimos 13 anos, para essa época do ano. Ele baixou um metro e meio nas duas últimas semanas, chegando no domingo passado a 17,4%, apesar das chuvas nas bacias dos rios Grande, Paranaíba e Paraná, onde se localizam oito hidrelétricas que recebem água de Furnas.

Em condições meteorológicas normais, o lago de Furnas enche de novembro a abril e vai sendo esvaziado nos meses de estiagem, possibilitando a produção de energia por essas usinas durante todo o ano. Isso não deve ocorrer neste ano.

A escassez de chuvas pode não apenas causar futuramente o racionamento de energia, como o de água. Algumas cidades mineiras, como Pará de Minas, já enfrentaram em fevereiro esse problema, que agora está afligindo moradores da Região Metropolitana de São Paulo, maior concentração populacional do país.

O Sistema Cantareira, que fornece água a 8,8 milhões de moradores da capital paulista e de municípios vizinhos, está secando. Na última sexta-feira, o nível de água caiu para 15,8% da capacidade do reservatório, o mais baixo da história. Por isso, o governo de São Paulo decidiu reduzir, a partir de ontem, em cerca de 10%, a captação de água desse sistema. E insiste para que a população poupe água, oferecendo incentivos para isso.

Na última quinta-feira, a presidente Dilma se reuniu com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, entre outros integrantes do governo, para discutir a crise no setor. Depois da reunião, não se falou em campanha para que a população economize água e energia elétrica. Deve ter prevalecido o ponto de vista de Lobão, segundo o qual uma campanha levaria as pessoas a entenderem “que há necessidade de racionamento”, quando não há.

Na entrevista ao HD, Dilma Rousseff disse que o sistema elétrico brasileiro é composto de usinas hidrelétricas, térmicas, eólicas e nucleares. É um sistema estruturalmente equilibrado, que prevê o funcionamento das usinas térmicas quando a disponibilidade de água é menor, como agora.

O problema é que essas usinas podem responder por apenas 20% das necessidades brasileiras, além de produzirem energia mais cara e poluidora do que a gerada pelas hidrelétricas. É melhor prevenir do que remediar.

Adiar medidas para evitar falta de luz e de água, por medo de exploração política de adversários, pode ter um preço alto em outubro, quando ocorrerão as eleições.
 

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