Radiola afetiva: Nação Zumbi mostra neste sábado, em BH, show repleto de versões

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
03/04/2018 às 18:46.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:09
 (Dovilé Babraviciuté/Divulgação)

(Dovilé Babraviciuté/Divulgação)

O manguebeat é, por excelência, fruto de uma grande mistura. O estilo batizado por Chico Science nasce justamente da fusão entre ritmos universais (como o rock, o rap e o pop), e expressões da cultura popular pernambucana, tais quais o maracatu, o coco e a ciranda. Natural, portanto, que o cordão de referências da Nação Zumbi seja plural. Esse ecletismo fica evidente em “Radiola NZ – Vol. I”, disco lançado no fim de 2017 e que traz nove versões de bandas e artistas que influenciaram o grupo. Passeio sonoro que vai de Gilberto Gil a David Bowie, o álbum será apresentado pela primeira vez em Belo Horizonte neste sábado (7), no Music Hall. 

Guitarrista da Nação Zumbi, Lúcio Maia conta que a vontade de gravar um disco de versões não vem de hoje. “Já fazia muito tempo que a gente pretendia fazer um disco nesse formato. Fizemos uma peneira dos melhores arranjos, das músicas que estávamos mais a fim de tocar”, sublinha, revelando que a lista de sugestões era extensa. “É uma banda grande, cheia de influências. Se a gente fosse fazer tudo que desse vontade, seriam mais de 30 músicas. Mas isso é trabalho perdido nos dias de hoje. O mercado mudou, não tem sentido lançar discos longos”, diz.

Da tal peneira, sobraram faixas brazucas – como “Refazenda” (Gilberto Gil), “Balanço” (Tim Maia) e “Amor” (Secos e Molhados) – e gringas, como “Sexual Healing”(Marvin Gaye), “Tomorrow Never Knows” (The Beatles) e “Ashes to Ashes”(David Bowie). “Fazer os arranjos e entrar no estúdio é a parte mais fácil, mais natural. Já temos quase trinta anos de convivência musical e várias canções a gente toca há muito tempo, como ‘Purple Haze’, de Jimi Hendrix”, pontua Maia.

O guitarrista ressalta, ainda, que a Nação Zumbi já tinha experiência com versões, lembrando sucessos como “Maracatu Atômico” (Jorge Mautner) e “Todos Estão Surdos” (Roberto Carlos). “É um prazer muito grande reverenciar quem nos influenciou. Sempre gostei muito de ir a shows de bandas que gosto e vê-las tocando um ou outro cover”, afirma Maia. “Selecionamos seis faixas para o show, que tocamos intercaladas a músicas nossas, de outros álbuns, ao invés de juntar tudo em um só bloco. Não é um show só desse disco novo, até porque não conseguimos nos desvencilhar do nosso repertório próprio”, explica.

Segundo Maia, é interessante notar a adaptação da plateia, repleta de fãs mais jovens. “Para nós, é um disco cheio de músicas antigas, mas tem muita gente que vai ao shows da Nação e nasceu nos anos 80, 90. Para essas pessoas, muitas faixas são novidades. Então, aos poucos, elas estão entrando dentro do túnel do tempo com a gente”, afirma, destacando “Sexual Healing” como o grande hit do show. “O público também tem gostado muito de ‘Refazenda’, que em breve vai ganhar um clipe bem bonito”, adianta.

Serviço: Nação Zumbi apresenta “Radiola NZ”. Sábado (7), às 22h, no Music Hall (Av. do Contorno, 3.239 – Santa Efigênia). Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 45 (meia-entrada).

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