(Lucas Prates/Hoje em Dia)
Os shoppings centers em Belo Horizonte reabrem nesta quinta-feira (6) bem diferentes do que eram até 20 de março, quando foram obrigados a fechar por conta da pandemia de Covid-19.
Público limitado, aferição de temperatura, praças de alimentação apenas para retirada dos produtos, além do uso obrigatório de máscaras, são a nova realidade. Mesmo assim, especialistas temem que o mau comportamento de algumas pessoas venha a potencializar os casos na metrópole, principalmente porque a retomada acontece às vésperas do Dia dos Pais.
Esses locais vão funcionar das 12h às 20h até o próximo sábado. Na semana que vem, poderão atender ao público, nesse mesmo horário, de quarta a sexta-feira.
Centros comerciais e galerias de lojas também foram liberados, no horário das 11h às 19h. A flexibilização não deve ser entendida como relaxamento nas medidas de prevenção contra o novo coronavírus, alerta o presidente da Sociedade Mineirade Infectologia, Estevão Urbano. “Não é para ir passear, é só fazer compra e voltar para casa”.
Ambientes fechados
Apesar de todas as ações de desinfecção, a infectologista Ana Helena Figueiredo, do Grupo Iron, afirma que há riscos em ir a shoppings, uma vez que trata-se de ambiente fechado e o tempo de permanência por lá tende a se prolongar. Estudos indicam a possibilidade de o vírus permanecer no ar por algum tempo.
“O perigo diminui se houver controle da quantidade de pessoas no local, o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e higienização das mãos”, reforça a médica e pesquisadora.
Risco de transmissão
Na tentativa de minimizar os riscos, o consumo local está proibido nas praças de alimentação. Esses ambientes, conforme especialistas, são propícios à transmissão da doença, umavez que os clientes precisam retirar as máscaras para comer ou beber.
“Temos que nos lembrar que a pandemia não acabou, não se pode relaxar. Não é hora de bater perna dentro de shopping, que é um ambiente fechado. A ideia é que as pessoas fiquem o mínimo possível nesses locais. Além disso, quem tem comorbidades não deveria ir, o ideal é ficar em casa”, observa o infectologista Unaí Tupinambás, professor da UFMG e um dos membros do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 criado na capital.
Estevão Urbano, que também faz parte do grupo, reforça a necessidade dos cuidados preventivos. “É uma parceria que estamos pedindo à população e aos comerciantes. Se não tiver sinergia, vamos detectar um novo aumento de casos e ter que fechar novamente”, alertou.
Conforme boletim epidemiológico divulgado nessa quarta-feira pela prefeitura, 22.676 belo-horizontinos foram infectados pelo novo coronavírus e 615 morreram em decorrência da doença.Clique para ampliar