Rebeldes congoleses do grupo M23 começaram a deixar Goma neste sábado, após falharem numa tentativa de capturar armas no aeroporto da cidade e de o plano original de retirada ser adiado, segundo um oficial da Organização das Nações Unidas (ONU).
Caminhões cheios de militantes do M23 saíram hoje de Goma em direção a Kibumba, onde os rebeldes vão se estabelecer, seguindo acordo fechado em Kampala na semana passada com países que fazem fronteira com o Congo.
Os rebeldes, que supostamente teriam apoio de Ruanda, desafiaram dois ultimatos anteriores para abandonar Goma, alimentando temores de que eles não pretendiam deixar a cidade e dando credibilidade a um relatório da ONU que acusa Ruanda de usar os militantes como intermediários numa estratégia para anexar um território rico em minerais do leste do Congo.
A aparente retirada, no entanto, ocorre depois de os rebeldes tentarem, sem sucesso, invadir o aeroporto internacional de Goma para capturar armas de militares congoleses armazenadas no local.
"Um acordo foi fechado ontem sobre a questão das armas", disse Sy Koumbo, um porta-voz da missão da ONU no Congo. Segundo Koumbo, soldados da ONU que mantêm o controle do aeroporto impediram a entrada dos combatentes.
O M23, criado há oito meses, é liderado por militantes de um antigo grupo rebelde que concordou em depor armas, em 23 de março de 2009, em troca de acesso ao Exército do Congo. O M23, cujo nome foi inspirado pela data do acordo, iniciou a rebelião em abril, quando centenas de soldados abandonaram o Exército sob a justificativa de que o pacto não havia sido respeitado. As informações são da Associated Press.
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