Rebeldes da Brigada dos Mártires de Yarmouk libertaram 21 membros das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), depois de mantê-los como reféns por quatro dias, levando-os para a fronteira com a Jordânia. A libertação ocorre após acusações de funcionários ocidentais de que o grupo pouco conhecido tinha manchado a imagem dos que lutam para derrubar o presidente Bashar Assad.
O sequestro e conturbada negociação destacaram a desorganização do movimento rebelde, o que tem dificultado a sua capacidade de lutar contra Assad e complicado a obtenção de promessas de assistência dos EUA e de outros países.
O caso também levantou preocupações sobre o futuro das operações da ONU na região. Os soldados filipinos foram sequestrados na quarta-feira por um dos grupos rebeldes que operam no sul da Síria, perto da fronteira com a Jordânia e as Colinas de Golã ocupadas por Israel, onde uma força da ONU tem patrulhado uma linha de cessar-fogo entre Israel e a Síria por quase quatro décadas.
Os ativistas associados ao grupo deram razões diferentes para a detenção dos 21 homens. Primeiro eles exigiram que todas as forças do governo deixassem a área. Então, sugeriram que os soldados fossem usados como escudos humanos contra os ataques do governo. Depois, afirmaram que os reféns eram "convidados de honra", detidos para sua própria segurança.
Eles também divulgaram vídeos online, incluindo um neste sábado, de um comandante rebelde barbudo com os braços em torno dos ombros de dois soldados da paz", dando um sinal de V de vitória.
Hoje, após as negociações, descritas pelo principal representante da ONU em Damasco como "longas e apologéticas", os rebeldes mudaram o plano de entregar aos soldados da ONU para uma equipe, levando-os para a fronteira com a Jordânia.
Um vídeo transmitido por canais árabes por satélite na tarde deste sábado mostrou os soldados sentados em uma mesa redonda, em Amã, com seus brilhantes capacetes azuis na frente deles.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, recebeu positivamente a libertação dos soldados e pediu que todas as partes na Síria respeitem a liberdade de movimento das tropas de paz. As informações são da Associated Press.
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