(Maurício Vieira)
O profissionalismo carioca para incrementar a rebeldia mineira. Esta é a contribuição que o Monobloco, que desfila nesta terça-feira (25), na Pampulha, espera trazer para o Carnaval de Belo Horizonte, uma das cidades onde o bloco do Rio de Janeiro tem oficina.
"Aqui (Belo Horizonte) o Carnaval é um pouco mais à vontade, e isso tem relação com a rebeldia mesmo, com a história de renascimento do Carnaval de Belo Horizonte. A gente entende muito bem isso. Essa linguagem daqui, explica C. A. Ferrari, um dos fundadores do Monobloco há 20 anos e um dos comandantes da bateria nesta terça-feira na Pampulha.
Apesar da característica de contestação, o que faz do Carnaval de BH único, Ferrari revela que a contribuição que o Monobloco pode dar é justamente na formação dos amantes da folia.
"A gente precisou se adaptar a essa nova realidade, mas ao mesmo tempo tenta trazer uma cultura diferente para a galera que frequenta bloco. Você aprender o instrumento, a técnica do instrumento, uma coisa mais didática, até organizacional".
A primeira oficina do Monobloco nasceu em São Paulo, quando o bloco completou 15 anos. "Logo depois viemos para BH a convite do Gustavo, do Queixinho. E quem quiser participar, a partir de abril abrem as inscrições em nossas redes. Em maio começam as oficinas".
Apesar da contribuição técnica ao Carnaval de BH, o Monobloco, segundo C. A. Ferrari, quer ver sempre respeitada a essência de uma folia que nasceu baseada numa manifestação política.
"Quando você cerceia o direito de alguém e aquele direito é legítimo, existe uma resposta. Aqui em Belo Horizonte, essa resposta foi o Carnaval", conclui ele.
Veja o vídeo com a performance da bateria do Monobloco: