Recursos: dinheiro para obras e visibilidade ao governo

Do Hoje em Dia
12/01/2013 às 07:23.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:33

É reconfortante a notícia de que o governo de Minas tem R$ 3,6 bilhões à disposição para investimentos, vindos de empréstimos internacionais tomados por intermédio do Banco do Brasil. Talvez se pudesse criticar que quase metade desses recursos a serem investidos neste e no próximo ano sejam destinados a obras de infraestrutura rodoviária e nada para ferrovias e metrô.

Porém, as obras programadas darão visibilidade ao governo que não precisará se preocupar tanto em destinar boa parte dos impostos que serão recolhidos nos próximos 24 meses para benfeitorias físicas. Poderá se ocupar de outras prioridades, como a melhoria das condições de trabalho dos funcionários nas áreas de educação, saúde e segurança pública, entre outras.

Além disso, o governo estadual fica em situação mais confortável para pagar o reajuste de 7,97% no piso salarial de professores do ensino básico da rede pública, anunciado há dois dias pelo ministro da Educação. O novo piso, de R$ 1.567, continua aquém das necessidades dos professores e, mesmo assim, milhares de administradores públicos acham que o valor é excessivo.

Muitos dos que afirmam em público ser a educação uma prioridade de sua administração, na prática têm desmentido o discurso. É um comportamento incorreto que perpassa pelos poderes da República. Está aí o exemplo dos senadores que no dia 9 de maio passado aprovaram por unanimidade o fim do 14º e 15º salários para os parlamentares e no dia 17 de dezembro embolsaram R$ 26,7 mil do 14º. E aguardam outro tanto no próximo mês, quando será pago o 15º. Tudo porque o que eles decidiram com grande alarido não virou lei, pois o projeto ainda não foi aprovado pela Câmara dos Deputados. Mesmo assim, 13 senadores, nenhum de Minas, tiveram o bom-senso de restituir o que receberam.

Esse comportamento de muitos políticos torna mais difícil ao cidadão comum aceitar o sacrifício que lhe é imposto pelos governos. Mesmo pagando salários baixos aos professores e a outros funcionários e tendo que recorrer a empréstimos bancários para investir em obras, o dinheiro não é suficiente.

Além de cortar gastos desnecessários e combater a corrupção, são necessárias mudanças no sistema tributário, para que a distribuição dos encargos seja mais justa. É considerável a advertência do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais de que a maior parte dos benefícios fiscais concedidos pelo governo mineiro é ilegal.

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