O pátio da escola reproduz o ambiente de um cybercafé. As salas de aula são equipadas com quadro digital, TV, além do quadro branco. Há três laboratórios multimídia e 300 computadores para 416 alunos, que passam 10 horas por dia ali. É assim o Colégio Estadual José Leite Lopes, na Tijuca, zona norte, primeira escola do País ligada à rede estadual de educação a aparecer no ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (as técnicas são ligadas às Secretarias de Ciência e Tecnologia).
A rede estadual fluminense ficou em quinto lugar, atrás de São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e Paraná. A diretora da escola, Ana Paula Bessa, credita ao ensino integrado o sucesso. A nota da matéria produção textual, por exemplo, é levada em conta pelos professores de história, sociologia, português e geografia. O aprendizado de matemática e física é aplicado nos cursos profissionalizantes. São três: Programação de Jogos, Roteiro para Mídias Digitais e Multimídia.
A escola é uma parceria Público-Privada (PPP). A Secretaria de Estado de Educação entra com funcionários, professores de matérias convencionais e refeições. O Instituto Oi Futuro financia professores do ensino técnico, equipamentos e estrutura. "Houve um aumento da média em relação aos anos anteriores e um aumento da participação dos alunos no Enem", comemora a diretora de Educação do Oi Futuro, Paola Scampini.
O acesso à escola é concorrido - são 30 candidatos por vaga. A cada ano, 160 alunos ingressam ali. Desses, 90% vêm da rede pública. É o caso de Jonathan Caroba, de 18 anos. "Estudei em um colégio na favela. Às vezes não tinha água, às vezes tinha tiroteio e cancelava a aula. Mas éramos muito estimulados", diz ele, que cursa jornalismo.
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