O reflexo que a reforma do ensino médio pode ter sobre os vestibulares e o Enem está causando discussão entre os especialistas. A expectativa é de que os processos seletivos acabarão sofrendo alguma mudança, mas ainda não está claro qual.
Para Zacarias Gama, coordenador de núcleo de gestão e avaliação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá de ser repensado. "Vai ter de ser adaptado às áreas criadas pelo governo. E os vestibulares também. Do contrário, haverá uma onda de cursinhos com grande vigor", diz.
Francisco Soares, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), de fevereiro de 2014 a março deste ano, afirma que, quando o Enem se estabeleceu como o principal processo seletivo do ensino superior no País, acabou se criando um "padrão único" para a saída do ensino médio.
"Todo mundo estuda o que cai no Enem, o que é ruim, porque obriga todos os alunos a aprenderem determinadas coisas com as quais nem todos se relacionam. Agora, com as novas trilhas, a prova vai ter de refletir uma nova base comum, de boa qualidade."
Já Vera Lucia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, acredita que não dever haver mudança. "O que os alunos vão aprender como base comum é o que o Enem já cobra e é também o que já aparece na primeira fase da Fuvest. Uma grande revisão no final do 3.º ano resolve. Já a etapa de especialização vai servir para a segunda fase."
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