O reitor da USP, Marco Antonio Zago, disse que a universidade está tomando as providências cabíveis em relação às denúncias de abuso sexual em festas de estudantes, mas não especificou quais seriam as medidas. Ele falou com jornalistas depois do término de um seminário sobre os 80 anos da USP nesta segunda-feira (24).
"Se [os relatos de violência] são de fato como dizem, são questões de natureza policial, são criminais. A Universidade de São Paulo, pela sua enorme extensão e tamanho, tem ocorrências como em qualquer local da sociedade. Se ocorrem, devem ser tratadas com a devida atenção tanto pela universidade nos seus aspectos educativos, como pelo Ministério Público naquilo que diz respeito a crimes."
Zago disse que a USP não está, "absolutamente", sendo omissa. "Eu tenho a impressão de que tudo o que a universidade pode fazer, ela deve fazer e está fazendo", afirmou.
O reitor questionou se os relatos de violência teriam mesmo ocorrido nas dependências da universidade uma vez que se referem a festas de estudantes.
Três alunas de medicina relataram, em audiência pública na Assembleia Legislativa, terem sido vítimas de estupros em festas dentro da faculdade.
Os relatos desencadearam uma crise na instituição- estudantes disseram que sofreram pressão "para não manchar a imagem" da instituição.
Por conta dos relatos, a diretoria da Faculdade de Medicina propôs a suspensão de festas dentro do campus, a proibição total de venda e consumo de álcool e até mesmo uma mudança na grade curricular de ensino.