Repasse à Santa Casa será usado para reconstruir leitos, mas é insuficiente para outras necessidades
(Divulgação/Santa Casa de BH)
O repasse de R$ 10 milhões do governo federal para a Santa Casa de Belo Horizonte possibilitará a reconstrução total dos 50 leitos do Centro de Terapia Intensiva (CTI) atingidos por um incêndio na última segunda (27). O valor, no entando, não será suficiente para cobrir todas as despesas previstas no projeto de segurança do hospital. O envio dos recursos foi anunciado pelo ministro da Saúde Marcelo Queiroga, nesta sexta-feira (1º), durante visita à instituição.
De acordo com o diretor-jurídico da Santa Casa de BH, João Costa Aguiar Filho, para a reconstrução dos leitos perdidos e dos equipamentos serão usados cerca de R$ 5,5 milhões. "O levantamento da recuperação do 10º andar [feito pela Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado (Federassantas)] é em torno de R$ 5,4 milhões", afirmou.
Segundo João Costa, o restante do valor será investido em reparos gerais. Mas, segundo ele, as necessidades do hospital, principalmente relacionadas à segurança da unidade, ultrapassam o valor disponibilizado. "Nós temos também necessidades para os nossos projetos de regularização e licenciamento, que preveem uma série de intervenções, com gastos da ordem de 11 milhões", explicou.
Para exemplificar, será necessário investir ainda: R$ 2,8 milhões para o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e treinamento de brigadistas; R$ 1,5 milhão para adequações no telhado, como para-raio; e R$ 2 milhões para adquirir novo gerador de energia.
O diretor-jurídico da Santa Casa afirma que, agora, discute com outras esferas governamentais novos investimentos para pleitear o valor restante. "Ficamos satisfeitos com a resposta imediata do Ministério da Saúde. Para complementar o valor vamos discutir com as outras esferas e aguardar também o apoio da sociedade", disse.
Sem previsão
O repasse anunciado pelo Ministério da Saúde ainda não tem data para chegar aos cofres do hospital. Apesar disso, a instituição já iniciou trabalhos para restabelecer o funcionamento de alguns leitos, através de adaptação de outros setores, para atender a sociedade. Oito quartos já foram abertos e a expectativa é que outros 15 sejam reativados nesta sexta-feira (31).
Com o incêndio, três leitos de CTI da unidade ficaram completamente destruídos. Outros 47 foram interditados por conta de estilhaços de vidros que ficaram espalhados no local.
Incêndio
O incêndio começou em um quarto do hospital, onde funciona o Centro de Terapia Intensiva (CTI), por volta das 20h, de segunda-feira (27). De acordo com o Corpo de Bombeiros, a princípio, o fogo foi causado por um vazamento de oxigênio atrelado à pane de um equipamento. Houve uma pequena explosão, segundo relato de uma funcionária, e, em seguida, as chamas começaram a se alastrar.
Houve pânico e correria no hospital. Devido à formulação do local, a fumaça se alastrou rapidamente e tomou um corredor da unidade. Janelas do prédio chegaram a ser quebradas por pessoas que estavam no local durante um momento de desespero. Pacientes foram levados para a rua em macas e cadeiras de rodas.
Praticamente todo o hospital foi evacuado às pressas do prédio, incluindo muitas pessoas com dificuldade de locomoção. Por volta das 21h, os Bombeiros informaram que conseguiram controlar o incêndio.
Os pacientes de andares inferiores onde o incêndio ocorreu começaram a ser levados de volta aos quartos.
Óbitos
Dois pacientes que estavam internados no CTI da Santa Casa morreram após a transferência realizada durante o incêndio. O Corpo de Bombeiros, no entanto, enfatizou que as mortes não tiveram ligação direta com o incêndio, ou seja, não foram causadas por queimaduras ou inalação de fumaça. Outros 26 funcionários foram hospitalizados devido a inalação de fumaça.