Rio é o mais suscetível a mudanças climáticas do Estado

Clarissa Thomé
08/08/2013 às 22:24.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:49

O Rio de Janeiro é o município mais suscetível às mudanças climáticas no Estado. O dado consta de relatório da Fundação Oswaldo Cruz, que, a partir de parâmetros como condições de saúde da população, cobertura vegetal e informações sociais, como renda, situação da moradia e acesso à educação e trabalho, traçou o Mapa de Vulnerabilidade da População do Estado aos Impactos das Mudanças Climáticas.

De acordo com Martha Barata, coordenadora geral do projeto e pesquisadora em Clima do Instituto Oswaldo Cruz, o índice criado balizará políticas públicas para reduzir as mortes em catástrofes naturais, como enchentes e deslizamentos de encostas. A ideia é que esse índice, feito para os 92 municípios fluminenses, seja ampliado para todo o país.

"As mudanças climáticas estão ocorrendo e temos que tomar medidas para nos adaptarmos. A cidade do Rio de Janeiro hoje é a que será mais impactada e tem menos condições de resposta neste momento. Precisa se preparar já", afirmou Martha.

A equipe liderada por Martha e pelo pesquisador Ulisses Confalonieri criaram o Índice de Vulnerabilidade do Município. Foram avaliados o número de casos de doenças, como dengue, leishmaniose e leptospirose, influenciadas pelo aumento das chuvas.

Os pesquisadores também analisaram, com base nos dados do Censo 2010, a estrutura familiar nos municípios, renda, condições habitacionais. Outro parâmetro foi a conservação da biodiversidade, vegetação nativa, e número de mortes em eventos climáticos extremos. A partir desses dados, os municípios foram enquadrados num índice que varia de zero (menor vulnerabilidade) e 1 (maior vulnerabilidade às mudanças climáticas.

O Rio de Janeiro ficou com índice máximo. "A parte de saúde do Rio é mais vulnerável. São doenças relacionadas com a variação do clima, como dengue, leptospirose. E o Rio de Janeiro tem características ambientais muito importantes: temos uma riqueza ambiental e diversidade que é a maior do Estado. Por termos muitas favelas, pessoas morando em locais inadequados, temos mortes por eventos climáticos extremos, como chuvas, inundações", explicou Martha. "Não quer dizer que o município do Rio é pior do que o outro. Ele precisa de um plano de resiliência (adaptação) melhor para responder ao impacto".

Depois do Rio de Janeiro, os municípios de Magé (1), Angra dos Reis (0,97), Campos dos Goytacazes (0,94) e Magé (0,86) registraram os índices mais elevados de vulnerabilidade. "Um dos quesitos avalia a reação do município aos eventos extremos, inclusive com número de mortes. Fica muito caracterizado que a Região Serrana e Angra dos Reis têm que tomar maior cuidado nesse quesito. É um alerta", afirmou Martha.
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