Rio é único Estado do Sudeste abaixo da média do Pisa

Felipe Werneck
03/12/2013 às 22:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:32

O Rio foi o único Estado do Sudeste que ficou abaixo da média nacional no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), com 399 pontos, e o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, disse nesta terça-feira, 3, que o resultado "não é suficiente para comemorar".

Apesar de se dizer um defensor de avaliações externas, como é o caso do Pisa, Risolia ressalvou que "menos de 1% dos alunos foram avaliados". A amostra do Pisa abrangeu 29 das 1.320 escolas do Estado, e algumas regiões não foram representadas, afirmou. "Não quero justificar, mas é um resultado que não confere com a nossa avaliação, que é censitária."

Os dados são referentes a 2012. Em 2011, o Rio havia ficado com nota um pouco maior, 404. O que o puxou o resultado para baixo foi a diminuição das notas de ciências (de 411 para 401) e de matemática (de 392 para 389). De acordo com a professora Wíria Alcântara, da coordenação do Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio, as duas disciplinas são as mais afetadas pela falta de mestres.

"A carência é muito grande, a greve explodiu este ano em função disso. O resultado era esperado", disse Wíria, que também critica o "empobrecimento curricular", a superlotação de turmas e a sobrecarga de trabalho dos professores, entre outras questões. Segundo ela, 200 escolas foram fechadas pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).

O secretário estadual de Educação do Rio afirmou que reduziu a falta de professores de 12 mil em 2010 para "menos de mil" hoje. "Subimos no ranking do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e estamos entre os dez melhores do País no Pisa", disse Risolia.

A secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, não teve alunos da rede avaliados no Pisa, mas acompanha o exame desde 2000, quando trabalhava no Banco Mundial (Bird). Cláudia reconhece que não há melhora e atribuiu isso à "falta de um projeto nacional, blindado de eleições", com currículo definido.
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