Risco de sair menor do que entrou na campanha eleitoral

28/07/2016 às 20:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:03

Quem puder esperar mais fará melhores escolhas até os prazos finais do calendário eleitoral. Por isso, o mundo político entrou na muda, voltou ao silêncio sepulcral à espera de cartadas finais no jogo de definições de candidaturas a prefeito e alianças. As convenções para a escolha dos candidatos a prefeito estão agendadas e podem acontecer até 5 de agosto, e o registro oficial até o dia 15 do mesmo mês, quando mudanças de última hora ainda podem ser feitas.

O objetivo é ganhar e aumentar o tempo de televisão, que, sem ele, ficaria difícil de decolar a candidatura de um postulante desconhecido em apenas 35 dias de campanha. A maioria dos 12 pré-candidatos não tem expectativas de vitórias; boa parte deles está ali para ganhar visibilidade e facilitar a reeleição para outro cargo, como o de deputado federal ou estadual. Há três deputados estaduais e quatro federais lançados nessa pré-campanha.

A tarefa parece fácil, mas o risco que corre o pau também corre o machado, como diz a sabedoria popular. A situação aí pode ser traduzida como alguém que, esperando ocupar espaço e se projetar para o futuro, saiu menor do que entrou. Ou seja, o postulante pode cair no descrédito e ver crescer, em vez de popularidade, a sua rejeição.

Aparecer na televisão tem o lado vantajoso, desde que, e principalmente, o político saiba fazê-lo; caso contrário, pode ser um desastre. Televisão não é para amadores, pois como diz “O livro do Boni” (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o ex-todo poderoso da Rede Globo), ela potencializa virtudes e defeitos. Como o marketing político foi banido das campanhas, junto com o financiamento eleitoral de empresas, o pretendente precisa ser bom, ter discurso próprio e fazer aliança direta com o eleitor em vez de ser ungido por padrinhos políticos que não têm mais prestígio ou a influência.

A síndrome do voto útil também é um fator a ser considerado. Na reta final da campanha, quando o eleitor perceber que seu escolhido não tem chances, baseado em seu desempenho e nas pesquisas, ele tende a não perder o voto, optando por um dos dois que vai polarizar a eleição e passar para o segundo turno.

Dito isso, vários dos pequenos e médios pré-candidatos devem estar pensando, nesse momento, se mais vale um bom acordo político agora do que encarar a disputa e sair dela menor do que entrou. Desse raciocínio podem sair candidatos a vice ou a apoiadores. As cartas estão na mesa e há jogadores fazendo apostas altas.

Pimentel faz oito vetos à reforma

Como antecipamos aqui, o governador Fernando Pimentel sancionou, nesta quinta (28), o projeto principal de sua reforma administrativa, com oito vetos. Um deles, o mais polêmico, e que opôs Polícia Civil e Polícia Militar, anulou o artigo 191, que autorizava policiais militares, civis e bombeiros militares a lavrarem o termo circunstanciado de ocorrência (TCO). De acordo com Pimentel, o TCO não é um mero registro de crime, mas um substituto de inquérito policial, em casos de menor potencial ofensivo. Por essa razão, a Constituição atribui apenas à União legislar sobre matéria processual, mas seu veto deve ser derrubado pelos deputados estaduais.

  

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