Rivalidade não pode ser barreira para faturar mais

15/12/2017 às 13:53.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:16

Enfiado nos números desde o final da semana passada para fazer a série que se encerra hoje, com os balanços de Atlético, no Independência, e Cruzeiro, no Mineirão, cheguei a uma triste conclusão. A rivalidade impediu nos últimos cinco anos que os dois clubes fizessem o uso racional das novas arenas construídas em Belo Horizonte por causa das Copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014).

A parceira comercial do Atlético com a BWA no Horto ainda não deu lucro. E isso é oficial, pois está no balanço do clube. Além disso, o Galo viu seu rival, em cinco anos, levar cerca de 750 mil torcedores a mais aos seus jogos e arrecadar pelo menos R$ 6 milhões líquido a mais por temporada.
Mas está longe de ser ideal também o contrato do Cruzeiro com o Mineirão. E uma prova evidente disso é o fato de o clube ter tentado, por via judicial, rompê-lo no início do ano passado.

Aí é que entra a racionalidade. Não é novo dizer que o Atlético disputa vários jogos para o Mineirão no Independência, e que o Cruzeiro faz várias partidas que seriam para o Horto na Pampulha.

Mas isso não precisava ser assim. Os dois rivais poderiam ser parceiros nas duas arenas. Ambas seriam viabilizadas e receberiam jogos de acordo com as suas capacidades de público.

Mesmo que isso não acontecesse, medidas simples poderiam ajudar bastante. No caso do Cruzeiro, a diminuir despesas nos jogos com pequena presença de público. Se o clube utilizasse nesses confrontos apenas o anel inferior do Mineirão, economizaria bastante com serviços, pois cada setor a mais aberto significa gasto com pessoal.

Sim, o Gigante da Pampulha tem praticamente dois estádios dentro de um só, pois seu anel inferior pode ser usado e tem capacidade para cerca de 20 mil pessoas, mais do que ideal para jogos do Estadual, Primeira Liga e até alguns confrontos de Copa do Brasil e Brasileirão.

No caso do Atlético, usar mais o Mineirão significaria uma arrecadação maior, pelo menos até a Arena MRV ficar pronta e com o tamanho ideal de um estádio (40 mil pessoas de capacidade). Falar da despesa não é uma desculpa interessante, pois o custo torcedor no Gigante da Pampulha é menor que no Independência. Quem sabe analisar borderôs sabe disso.

Não tenho esperança, mas torço para que 2018 possa surgir com o uso racional de nossas arenas.

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