Roberto Cavalli defende o fast-fashion

Flavia Guerra - Agência Estado
23/10/2013 às 10:27.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:34

Quando se pensa na mulher brasileira o que vem à mente é, quase sempre, um clichê. "É uma mulher alegre, sexy, otimista, que ama a vida", definiu o estilista italiano Roberto Cavalli em conversa com a reportagem na terça-feira (22).

Cavalli está no Brasil para o lançamento da coleção que criou para a C&A, que chega às lojas da rede em 5 de novembro. Depois de parcerias de sucesso com nomes como Stella McCartney, Daniella Helayel, Cris Barros, entre outros, é a vez de apostar no animal print e nas cores fortes para dar à fast-fashion o glamour da costura detalhista, com apreços pelos tecidos nobres e pelas estampas que se tornaram marca registrada de Cavalli. "É por isso que, para criar esta linha, nem foi preciso criar um mix entre minha moda e a identidade da brasileira. Simplesmente porque ela já é o que também é a representação do meu trabalho, que sempre exaltou estes conceitos", respondeu o estilista quando perguntado se foi preciso buscar equilíbrio entre referências brasileiras e italianas para desenhar as 57 peças que compõem a coleção.

"Fui buscar inspiração nos meus looks históricos, os que se tornaram símbolos do meu estilo, que inspiraram e foram copiados também", comentou ele, que, ainda que esteja criando uma coleção popular, não abriu mão de tecidos nobres.

Há, portanto, seda pura, jérsei de seda, cotton alfaiataria e algodão acetinado. Muito por isso, esta linha terá preços um pouco mais alto. "Mesmo assim, será para todos, principalmente para os jovens, que querem ter acesso às minhas criações clássicas, mas com um olhar contemporâneo", ponderou o estilista florentino, que, ao contrário de outros grandes nomes, defende o fast-fashion. "Quem acha que a moda tem de ser exclusiva dos mais ricos, quem é elitista, é egoísta. Eu quero ver minha moda na rua. Adoro ser para todos", provocou. "Fui um dos primeiros a criar para a H&M. Quando a primeira coleção fast-fashion saiu (em 2007), foi uma loucura. De Hong Kong a Nova York, havia fila antes das lojas abrirem. Em poucas horas, esgotou tudo. Depois, muita coisa vai ser vendida mais cara na internet, mas tudo bem. Assim é o fashion." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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