Roof confessa assassinatos e diz que queria iniciar uma guerra racial

AFP
20/06/2015 às 12:31.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:34
 (Reprodução)

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Dylann Roof confessou nessa sexta-feira (19) que matou nove pessoas em uma das igrejas mais emblemáticas da comunidade negra de Charleston, Carolina do Sul (sudeste dos Estados Unidos), na quarta (17). Todas as vítimas eram negras. No Twitter, a polícia de Charleston anunciou que Roof foi acusado formalmente pelos crimes.  O homem de 21 anos declarou aos investigadores que desejava "iniciar uma guerra racial".   Segundo a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley Roof deve ser condenado à morte se for considerado culpado. A pena capital é legalizada no Estado. "É um crime absolutamente racista", declarou ao canal NBC. "Queremos incondicionalmente a pena capital. É o pior crime racista que vi e que o país viu em muito tempo", completou a governadora.   Além de trazer o crime de racismo novamente à tona, o massacre reavivou o debate sobre o controle de armas nos Estados Unidos. O presidente Barack Obama apelou mais uma vez para um maior controle da venda de armas de fogo. O objetivo, segundo ele, é evitar esse tipo de "mortes sem sentido".   Parentes perdoam  Durante a audiência em um tribunal de Charlestone, na qual foi decretada a prisão de Roof sem direito à fiança, parentes das nove vítimas manifestaram sua profunda tristeza, mas disseram perdoar o atirador. Com olhar fixo, Roof acompanhou a própria acusação por videoconferência na prisão.   A polícia prendeu o assassino durante uma operação rodoviária no estado vizinho da Carolina do Norte. Imagens da televisão mostraram o suspeito entrando em um pequeno avião com as mãos algemadas e o uniforme de prisioneiro, sendo levado à prisão.   Facebook Em seu perfil no Facebook, Dylann Roof aparece em uma foto com um casaco preto com a estampa da bandeira da África do Sul durante o Apartheid, símbolo do segregacionismo, e em outra com a bandeira do ex-regime segregacionista da Rodésia (atual Zimbábue).   Uma das vítimas tentou conversar com Roof durante o ataque para evitar mais mortes, "mas ele disse 'não, vocês violentaram nossas mulheres e estão tomando o país. Tenho que fazer o que tenho que fazer'" – relatou.   Repercussão Na noite desta sexta-feira (19), centenas de pessoas realizaram uma vigília para lembrar as nove vítimas, em uma cerimônia que reuniu negros e brancos em um estádio, incluindo muitos familiares dos falecidos.   Os participantes da vigília cantaram "We Shall Overcome", canção emblemática das passeatas pelos direitos dos afro-americanos nos Estados Unidos.      Cronologia O tiroteio aconteceu por volta das 21h locais de quarta (17). O suspeito entrou na aula de estudos bíblicos e permaneceu sentado por quase uma hora, antes de abrir fogo contra as vítimas - três homens e seis mulheres. As vítimas tinham entre 26 e 87 anos, incluindo o pastor da igreja Clementa Pinckney (41 anos).

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