Rumos da Embraer

18/07/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:28

O mercado não recebeu bem o acordo entre Boeing e Embraer. Ficou o sentimento que a empresa brasileira entregou o filé e ficou com o osso. Realmente o setor de jatos comerciais de médio porte corresponde ao maior lucro da empresa, que fica a partir da vigência do acordo pertencente à Boeing. 

Apesar de representar aproximadamente 50% do faturamento, a linha de jatos médios possui melhores margens. A Embraer é bem posicionada na linha de jatos executivos, tem produtos de sucesso, como Phenon 100 e 300 e a família Legacy para trechos de longo alcance. Ainda que com bons produtos as margens são achatadas devido à alta concorrência – Cessna, Dessaut, Learjet, Beechcraft. são algumas das pedras do sapato da Embraer. 

No campo das aeronaves comerciais, Airbus e Boeing lutam pela liderança do mercado. Ambas possuem faturamento concentrado na venda de jatos de médio e longo alcance, segmento que absorve a maior parcela de investimento financeiro e de tecnologia. Já no segmento de aviação regional a Embraer é o maior player, seguida pela canadense Bombardirer. Com o objetivo de se posicionar mais fortemente na aviação regional e vencer barreiras alfandegárias, a Airbus adquiriu 50,01% do programa CSeriesda Bombardier, que desenvolve jatos regionais, criando uma grande potência no mercado aéreo.

Coube replicar o acordo com outro fabricante de jatos regionais, no caso a Embraer. Que foi a escolhida frente a concorrentes como a chinesa Comac, que já possui o desenvolvimento no mercado regional, ou a Japonesa Mitsubishi, que também já lançou modelos regionais.

Na semana passada a Airbus apresentou seu Jato Regional, que não passa do C300 da CSeries da Bombardier, envelopado como nome de A220, que convenhamos foi uma excelente estratégia comercial. O então CSeries entra no mercado com como o irmão menor de uma família de sucesso, A320, que compete com a linha 737, pela liderança do mercado.

O movimento da Airbus pressiona a Embraer/Boeing para o lançamento do seu produto único de médio porte, que tem no preço um grande entrave. Isso porque a Bombardier/Airbus está praticando um preço em torno de 70% menor devido a subsídios recebidos pelo governo. Leal ou não, a prática já está obtendo êxito. A JetBlue trocou a encomenda dos Embraer 190 pelo A220, um duro golpe que necessitará de estratégia e tecnologia para ser devolvido. 

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