Ruralistas discutem bovinocultura e suas perspectivas de mercado

Jornal O Norte
18/07/2008 às 10:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:38

Valéria Esteves


Repórter

Bovinocultura de corte é discutida na próxima segunda-feira,21 em Belo Horizonte. A discussão é para que haja mais esclarecimentos quanto ás perspectivas do mercado bovino bem como GTA eletrônica, datas de vacinação, ações do Minas Carne, entre outros.

A reunião será na sede da FAEMG- Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais onde será ministrada pela Comissão Técnica de Pecuária de Corte. As pautas  serão as propostas importantes da nova comissão que foi reestruturada recentemente.

Como membro representante do Norte de Minas, participará da reunião, o produtor rural Geraldo Eduardo Sarmento, para tratar com o grupo assuntos em pauta, como situação e perspectivas do mercado bovino, GTA eletrônica, datas de vacinação, ações do Minas Carne, entre outros.

PROJETOS

Os projetos como o Minas Carne, o projeto de implantação do chip do boi, assim como o aumento de unidades do Ima - Instituto mineiro de agropecuário em Janaúba vão possibilitar crescimento na região. Com a intenção de melhorar a genética dos bovinos, a secretaria estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento aposta nessa iniciativa como promissora para o desenvolvimento da agropecuária do Norte de Minas; assim como aconteceu há alguns anos com as feiras de bezerros do Estado.

A ABCZ - Associação dos criadores de Zebu acredita que Montes Claros dispõe de um potencial de área muito bom para acolher os bovinos bastando para isso cuidar do solo para receber as pastagens. O representante do presidente da entidade, Frederico Diamantino disse que com a expansão da área plantada da cana-de-açúcar no Triângulo Mineiro, um dos grandes centros da bovinocultura do Estado, a probabilidade é que a produção se fixe no Norte de Minas, já que dispõe de potencial climático e de áreas apropriadas para receber esse tipo de atividade.

Apesar desse fator, Marcelo Franco lembrou que a maioria dos problemas hoje vividos pela classe rural está fora da fazenda, como as altas taxas de câmbio. Comentou também que o Pró-genética vai fazer com que a bovinocultura tenha boas matrizes e bons reprodutores para fomentar a demanda do frigorífico Independência em Janaúba.

ASSUNTO ANTIGO

Outro ponto alto da discussão da classe ruralista  é quanto ao mercado de carne na região. A secretaria estadual de Agricultura quer trabalhar em parceria com os órgãos como o Ima para acompanhar como anda a saúde do animal, assim como a implantação do chip no boi que poderá se ter resultados mais precisos quanto a rastreabilidade do gado. Uma caneta poderá ler o código de barra do chip e, mesmo à distância, será possível rastrear os animais, o que não significa que os produtores devem deixar de informar ao Instituto sobre a vacinação dos animais.

O chip deve ser testado em breve, conforme o presidente do Ima, Altino Rodrigues Neto.

Segundo dados apresentados pela ABCZ mais de 60% dos produtores não utilizaram assistência técnica nos últimos 12 meses. Dados mostram, na visão de Frederico Diamantino, que é preciso haver um elo entre produtor e a tecnologia.

Sobre a assistência técnica, o gerente da Emater regional, Ricardo Demicheli disse que a empresa tem trabalhado para articular o pequeno produtor ao agente financiador, nesse caso, BNB e a iniciativa tem dado certo.

Segundo o IBGE - Instituto brasileiro de geografia e estatística 80% das propriedades são de pequenos produtores, o que pode-se dizer praticamente eles carregam a pecuária nacional.

A secretaria  estadual de agricultura concorda que as estradas ainda precisam ser melhoradas para que o escoamento de leite e de carne se dê com precisão como exigem empresas como a Danone, Nestlé para aderirem ao Pró-genética. Mas o grande problema na visão do Ima é acabar de vez com o frigomato, a fim de que o consumidor desfrute de um produto de qualidade e que tenha recebido inspeção do órgão.

PRÓ-GENÉTICA

Para a Emater a grande conquista do Pró-genética será democratizar o acesso à melhoria da genética de bovinos, tendo em vista que os pequenos produtores serão beneficiados.

Disse ainda que essa será a oportunidade de todos os produtores adquirirem sêmen de touros já que a presença de matrizes é equivalente a 50% na região. Se faz necessário que, portanto, se tenha 50% de touros para acontecer o melhoramento genético.

- Essa é a primeira vez que o Norte de Minas promove essa democratização da venda isolada de tourinhos. A venda será pré-estabelecida pelo índice da Esalq - Escola superior de agricultura Luiz de Queiroz e BM&F- Bolsa de mercados futuros. Mas o grande ganho é que os pequenos produtores podem comprar os tourinhos via Pronaf - assinala Ricardo.

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