Ruralistas dizem não às exigências da União Européia

Jornal O Norte
27/02/2008 às 10:31.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:26

Valéria Esteves


Repórter

Ruralistas se unem para gritar a favor de mudanças nas regras do novo Sisbov- Sistema de Rastreamento de Gado Bovino. Com a vontade de fazer com que o Ministério da Agricultura questione o embargo à carne brasileira pela União Européia os ruralistas querem derrubar no senado a obrigação da identificação individual dos animais, transformando o rastreamento em um instrumento genérico com foco nos estabelecimentos rurais. Os ruralistas querem ainda que o governo questione o embargo imposto à carne bovina brasileira pela UE -União Européia na OMC- Organização Mundial do Comércio. Desde essa segunda-feira a bancada ruralista começa hoje um amplo movimento político para forçar mudanças nas regras do Sisbov.



O principal objetivo é derrubar a Os parlamentares também querem “deslegitimar” a lista de propriedades exigida pelos europeus como garantia para retomar as compras do produto nacional.

- O rastreamento não pode ser individual, mas da propriedade. E não pode haver lista de restrição. Ou está aberto à região ou não está, disse a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Vice-presidente da CNA, a senadora coletou 75 assinaturas de senadores para um manifesto contra o embargo europeu e a exigência da lista.

Para o presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Júlio Pereira todos os pecuaristas que desejam exportar carne terão que aderir ao programa Sisbov por determinação do ministério que quer ser mais rigoroso quanto à sanidade do produto brasileiro que chegará ao mercado externo. Devido à crise originada pelos focos de febre aftosa que assolou os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo o ministério da Agricultura quer rastrear os animais das fazendas a fim de que seja mais ordenado o rastreamento do rebanho.

O atual Sisbov é resultante de um ano e meio de trabalho conjunto com representantes de toda a cadeia produtiva da carne e representa uma matriz de rastreabilidade com base no conceito da propriedade rastreada. O sistema é de adesão voluntária, permanecendo a obrigatoriedade nos casos de comercialização para mercados que exijam rastreabilidade, como a União Européia, Chile e Reino Unido, conforme o Ministério da Agricultura.

Júlio contou que a classe ruralista esteve reunida com o presidente do Ima- Instituto mineiro de agroepcuária, Altino Rodrigues Neto para saber das medidas adotadas pelo Sisbov, já que gradativamente as fazendas que trabalham com exportação terão que aderir ao processo. No Norte de Minas cerca de 300 a 400 propriedades trabalham com gado para exportação, sendo que comercializam seus animais com o frigorífico Independência em Janaúba, ou o Mataboi e Bertim, do Triângulo Mineiro.

EM NEGOCIAÇÃO

Nesse momento os pecuaristas estão trabalhando com a intenção de conseguir junto aos governos federal e estadual renegociação das dívidas rurais adquiridas no período da seca, já que passam pela seca verde, e por este motivo estão com capim verde no pasto por causa das chuvas e com prejuízos oriundos de meses anteriores. A reivindicação chegou até o conhecimento do vice-presidente, José Alencar que prometeu tomar providência, já que até agora nada foi feito, conforme os pecuaristas.

De acordo com o superintendente do Banco do Nordeste, José Mendes é esperada uma resposta a renegociação das dívidas contraídas no período da seca da Casa Civil e Ministério da Integração Nacional. Trata-se do programa emergencial contra a seca,mas por enquanto, aguarda-se a resposta com sinal positivo a realização dessas renegociações. Só em 2007, o BNB investiu cerca de R$ 116,5 milhões na pecuária   

E neste ano, já foram realizadas 1.321 operações em R$ 4,8 milhões de investimento em todo estado de Minas Gerais.

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