Você já ouviu falar em montadora. É como se chama - meio que impropriamente - a fábrica de automóveis, que produz algumas centenas de componentes, mas encomenda de fornecedores terceirizados outro tanto para montar seus modelos. Daí o nome “montadora”.
Só que agora foi criada também a “desmontadora”. É o antigo ferro-velho, agora regulamentado com legislação federal e também algumas estaduais, de modo a se colocar uma certa ordem no setor que, por enquanto, operava sem nenhum padrão de comportamento técnico nem ético. A primeira idéia seria evitar a comercialização de peças de carros roubados, o que estimula o crime. É possível, com novas técnicas eletrônicas, rastrear a origem dos componentes de um automóvel. E ter certeza de que não tiveram origem no crime organizado.
A segunda idéia é impedir o reaproveitamento de peças envolvidas com a segurança veicular. Nada de utilizar, ao reparar um carro acidentado, componentes da suspensão, direção ou freios. Mas, nada impede que se volte a utilizar painel de instrumentos, porta-malas, paralamas, capô ou até um motor completo, nenhum deles comprometido com a segurança do automóvel.
Essa nova regulamentação trouxe outra vantagem em sua esteira: tornou viável o seguro “popular”, criado recentemente para dar cobertura a modelos mais “velhinhos”, com mais de dez anos de fabricação. Para baratear o seguro do carro, é importante a redução do custo do reparo, possível agora com a permissão de se usar peças das “desmontadoras”, o que não era permitido no reparo do veículo coberto por uma apólice de um seguro tradicional. Neste, só se podiam utilizar peças originais adquiridas na concessionária.
O seguro popular já deveria estar vigente desde abril, mas ainda estão sendo discutidos vários de seus detalhes. Existem setores favoráveis e outros contrários à sua aprovação, cada um querendo puxar a “sardinha para a sua brasa”. Quando aprovado e implantado, estima-se que vai reduzir em cerca de 30% o custo dos seguros convencionais.