Sabores que unem a família e os amigos com pureza no paladar

Cristina Barroca - Hoje em Dia
08/02/2015 às 09:42.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:57
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

Será que é possível adicionar carinho a um prato? Sentir aconchego familiar no cheiro do preparo? Sim. É tudo possível no espaço gourmet de Felipe Martins, um ambiente que une a mulher, o casal de filhos e quem mais couber. Ali, o objetivo não é só saciar a fome, mas dividir experiências e momentos. Além de tudo isso, é o local onde o gourmet prepara o queridinho da casa, o “Conchiglione à Letícia Junger”.    O nome homenageia a esposa e, entre os ingredientes, um produto que é considerado a paixão entre os membros da família: a banana da terra. “Tenho muito carinho por esse prato porque sempre que eu faço minha esposa e meus dois filhos amam”, explica Felipe.    Uma receita que nasceu de sobras. “Parece estranho, mas é verdade. E deu super certo”, acrescenta. A premissa era a banana da terra, a escolhida. Mas o conchiglione só entrou na lista de ingredientes porque estava sobrando na dispensa. A carne de sol, produto que o advogado costuma ganhar de presente de clientes, foi selecionada exatamente por esse motivo. A técnica principal foi a simplicidade e a pureza do paladar.    O molho ao sugo é uma constante. De acordo com Felipe, esse é um molho que ele está sempre tentando refazer e melhorar, buscando controlar a acidez para aproximar o sabor do tomate ao ingrediente italiano.    E se o assunto é organização, Felipe não recomenda que sigam seu exemplo, e também não esconde que é seu ponto fraco na cozinha. “Faço muita bagunça. Estou aprendendo agora a fazer minhas receitas de forma mais ordenada e claro, mais rápida. Minha esposa, às vezes reclama, mas me ajuda muito”, comenta. “No final das contas, todo mundo fica satisfeito e de barriga cheia”, completa o gourmet.   Uma fonte interminável de prazer   Se o dia tivesse mais de 24 horas e a semana mais de sete dias, certamente o gourmet Felipe Martins teria mais algumas atividades para preencher esse tempo. Ele tem um escritório de advocacia, é professor de processo penal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), treina taekwondo e krav magá, é vice-presidente do Instituto dos Advogados de Minas Gerais, membro de três conselhos em Belo Horizonte, divide as tarefas com a esposa nos cuidados com os filhos e a casa, e ainda arranja tempo para cozinhar.   Só que ainda não acabou. Durante as viagens a trabalho, ele procura também dar uma esticada para fazer passeios gastronômicos com a família.    Desde a adolescência   O interesse pela culinária surgiu durante a adolescência, quando Felipe Martins tinha por volta de 14 anos de idade. E aconteceu de forma muito natural.   Ao contrário da história de muitos que se aventuram pela cozinha, ele não tinha referência para a culinária. Ele é a inspiração da família. “Lá em casa, ninguém cozinha, só eu. Depois de mim, meu pai e meus filhos começaram a se interessar pela culinária também”, conta o gourmet.   Felipe fez aulas de gastronomia por muitos anos com profissionais reconhecidos na capital mineira e chegou a morar na Europa, onde conheceu diversos restaurantes e produtores, além de contato com itens variados e sofisticados. Itália e Portugal o acolheram, mas a experiência permitiu ainda que a curiosidade do advogado explorasse as cozinhas de outros países, como Espanha e França.    Por mais incrível que pareça, o gourmet consegue ainda tirar a sexta-feira de folga, e é um dia que ele pensa em ocupar com algumas aulas esporádicas de gastronomia especializada.   Apesar do tempo apertado, o marido, advogado, conselheiro, professor e gourmet não nega os pedidos dos filhos quando eles querem comer algo em especial, preparado em casa, por ninguém menos que o próprio pai.   “Quando eles pedem ‘pai, faz aquele prato’, eu não aguento e faço”, confirma, orgulhoso, Felipe Martins.     Conchiglione à Letícia Junger   Ingredientes - 5 bananas da terra - 300 gramas de carne de sol - 300 gramas de queijo do Serro curado ralado grosso - Molho bechamel - Molho ao sugo - 1 pacote de conchiglioni - Castanha de baru triturada - Sal e pimenta do reino a gosto   Modo de preparo   Asse a carne de sol e pique-a com a ponta da faca em pequenos pedaços. Reserve. Cozinhe as bananas com casca por cerca de 30 minutos ou até ficarem macias. Retire as cascas e amasse com um garfo até atingir um ponto de purê. Acrescente o queijo ralado, a carne de sol e o molho bechamel (o necessário para dar cremosidade à mistura). Cozinhe os conchiglioni.    Cubra o fundo de um refratário com molho ao sugo ( Quantidade suficiente para que os conchiglioni fiquem quase totalmente submersos) e disponha os conchiglioni recheados com o creme de banana da terra. Cubra com a castanha de baru triturada. Leve o refratário ao forno preaquecido a 220ºC por 15 a 20 minutos.

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