Safra 2006/07 deve ficar entre 117 e 120 milhões de toneladas

Jornal O Norte
16/10/2006 às 12:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:42

O Brasil deverá colher entre 117,7 e 120,6 milhões de toneladas de grãos na safra 2006/2007, conforme aponta o primeiro levantamento de intenção de plantio realizado pela Conab- Companhia Nacional de Abastecimento e anunciado quinta-feira pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto. Se confirmado o volume superior, o resultado será 0,6% maior que a safra passada -119,9 milhões de toneladas. Caso o número seja o inferior, a colheita será 1,8% menor.

No crescimento da produção se destacam a soja (53,5 a 55,0 milhões de toneladas), o milho (41,9 a 42,9 milhões de toneladas), algodão em caroço (1,9 a 2,0 milhões de toneladas) e algodão em pluma (1,2 a 1,3 milhão de toneladas). Por outro lado, haverá queda na colheita de arroz, que será de 11,29 a 11,56 milhões de toneladas, contra as 11,58 milhões de toneladas da safra anterior.

ÀREA PLANTADA

Quanto à área plantada das culturas agrícolas, o estudo da Conab indica uma retração entre 5,3% e 3,3%, saindo de 47,3 milhões de hectares na safra 2005/2006 para um intervalo entre 44,7 e 45,7 milhões de hectares. Essa diminuição reflete-se, principalmente, na soja (1,7 a 1,1 milhão de hectares), milho 1ª safra (325,2 a 107,3 mil hectares) e trigo (611,9 mil hectares), que se encontra em fase de colheita. Mas as áreas destinadas ao algodão e ao arroz apresentaram crescimento. A área plantada de algodão deve crescer entre 107,1 a 157,9 mil hectares e de arroz, entre 12,7 a 71,7 mil hectares em relação ao que foi cultivado na safra anterior.

Ao apresentar os números do primeiro levantamento da intenção de plantio da próxima safra, o ministro Guedes comentou que sempre achou prematura a divulgação, por alguns setores do agronegócio, de uma expectativa de redução da produção e da área plantada entre 10% e 20% devido à crise enfrentada pelo setor.

DADOS

Segundo os dados da Conab, esta queda não deve se confirmar porque, por um lado, os produtores estão preparados do ponto de vista de uso de tecnologia e, por outro lado, ele confiou no forte apoio dado pelo governo federal para minimizar os efeitos das crises das últimas duas safras, disse o ministro.

Luiz Carlos também destacou o aperfeiçoamento do levantamento realizado pela Conab e o apoio do Inmet - Instituto nacional de meteorologia.

- As previsões da Conab agora consideram o comportamento climático nos próximos três ou quatro meses, com base num conjunto de informações como temperatura, pressão e movimento da atmosfera nos oceanos, explicou.

Segundo o ministro, a probabilidade é de comportamento normal do clima, com efeitos do El Nino fracos e moderados, conforme previsão do Centro de Pesquisas Espaciais de São José do Campos.

- Isso significa ausência de seca e chuvas um pouco acima do normal, completou.

TRIGO

Guedes informou que em relação ao trigo houve ume redução de 25,9% na área plantada, diminuição de 32,4% na produtividade e 49,9% de queda na produção.

- Houve uma situação muito adversa para o trigo, como estiagem no início do plantio no Paraná, temperaturas reduzidas no Paraná e no Rio Grande do Sul e estiagem em São Paulo e no Mato Grosso, explicou. Além disso, a redução da área deve-se à descapitalização do produtor devido ao baixo nível de preço.

Quanto à necessidade de importação do produto, o ministro acredita que ela se dará de forma tranqüila, pois os preços estão baixo devido ao equilíbrio da oferta do produto no mercado internacional. A nossa dependência pelo trigo importado é histórica, porque é um dos poucos produtos em larga escala em que o Brasil não tem vantagem competitiva em relação a outros países produtores, como Argentina e Canadá. (Com informações do boletim agropecuário)

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por