Safra agrícola 2006/07: impacto no bolso do produtor rural

Jornal O Norte
06/11/2007 às 10:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:21

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Apesar da seca Emater diz que a safra agrícola 2006/2007 cumprirá sua meta. Como choveu bastante no início do ciclo de produção no começo do ano, a Conab- Companhia Nacional de Abastecimento havia previsto que a produção brasileira na safra 2006/07 seria de 130,72 milhões de toneladas. Apesar do ajuste, o novo número representa um aumento de 8,2% ante a safra 2005/06. Há de se levar em conta que algumas produções como a de milho, feijão entre outros sofreram algumas perdas o que deve contar no final das contas.

No Norte de Minas a queda na safra será impactante para o bolso do produtor que investiu na produção. Com o dólar ditando os valores cobrados nos insumos agrícolas, o produtor reclama que comprou alguns produtos muito caros e pelo visto não conseguirá repor com o lucro da colheita. Na verdade, eles dizem que plantaram uma safra com o dólar a R$ 2,30 e estão colhendo com a cotação na casa de R$ 2,00.

O que significa uma depreciação de mais de 10% na renda do produtor, apenas na questão cambial, sem contar o aumento do custo de insumos, da mão-de-obra e da energia elétrica.

Conforme informou a Emater a previsão é que haja perdas de até 40% a variar de cultura a cultura.

Na região a área plantada de milho foi a maior perfazendo a casa de 99 mil hectares. Tanto para os agricultores como para a Emater o milho é fundamental na agricultura familiar

principalmente por fazer com que se obtenha leite, carne, energia e ovos.

Para Arcanjo Marques, técnico em agropecuária da Emater as chuvas que vierem ainda esse mês, não vão influenciar a agricultura irrigada, típica do período de seca no Norte de Minas. As chuvas segundo o extensionista, Ubaldo Ferreira, vão chegar intensamente a partir do dia 15 de novembro.

Por enquanto, diz, muitos produtores tentam sobreviver às mortes dos animais e as perdas em suas lavouras. Alguns colhem devagar a cana de açúcar para feitura de rapadura, água ardente, da mandioca para obter a farinha, do milho e do sorgo para fazerem ração ou alimentar as aves entre outros. Ubaldo informou que há pouca quantidade de cana na região e por tal motivo o gado tem perdido peso. O emagrecimento tem causado mortes e ou causado enfraquecimento dos ossos.

PRODUTIVIDADE

No campo algumas pessoas esperam as chuvas e já preparam a terra para plantar culturas como o feijão que de agora em diante tem que ser irrigado ou esperar o tempo das águas, para quem acredita nas proezas de São Pedro.

A expectativa inicial da Emater era que fossem produzidas cerca de 350 mil toneladas de grãos só no Norte de Minas nessa safra. O que equivale a 60% a mais da quantidade obtida no último ano, quando a lavoura foi prejudicada pelo veranico. Os extensionistas comunicam que com as mudanças no clima, devido ao efeito estufa a região teve um veranico semelhante ao do último ano. São quase oito meses sem chover na região.

CHUVAS DO INÍCIO DO ANO

As chuvas que caíram em janeiro e fevereiro foram generosas. O Norte de Minas ultrapassou a marca histórica que era de 900 milímetros. Choveu aproximadamente 1.200 milímetros e por isso a Emater e os produtores esperavam que isso implicasse num ano melhor no campo. O que realmente não aconteceu.

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