(Divulgação)
A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia derruba os mercados europeus nesta sexta-feira (24) e fez com que o principal índice da Bolsa japonesa, o Nikkei, tivesse a maior queda diária em cinco anos. Às 8h39, o FTSE-100, principal índice do mercado acionário britânico, recuava 4,55%. Em Paris, o índice CAC-40 despencava 8,64%, enquanto o DAX, de Frankfurt, desabava 7,23%.
No horário, o índice Ibex-35, da Bolsa de Madri, perdia 12,04%. Em Milão, o FTSE-MIB recuava 10,40% e, em Lisboa, o PSI-20 tinha queda de 7,56%.
A decisão também impactou os mercados asiáticos e fez o índice Nikkei, do Japão, cair 7,92%, na maior queda diária desde 15 de março de 2011, quando desabou 10,55%.
As Bolsas chinesas tiveram queda menor, em torno de 1%, graças ao forte controle de capital na China, que conteve as vendas que afundaram com mais força outros mercados asiáticos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 1,29%, enquanto o índice de Xangai teve baixa de 1,30%. Na semana, ambos perderam 1,1%.
Câmbio
No mercado cambial, a libra chegou a cair 10% em relação ao dólar nesta sexta-feira, no menor patamar desde 1985, provocando uma corrida de capital pela tradicional segurança do iene e do franco suíço.
Às 8h36, a moeda britânica recuava 7,45%. O euro também cai com força contra o dólar. No horário, perdia 2,68%. Já o franco suíço chegou atingir o maior nível em quase um ano contra o euro, e o iene chegou ao nível mais alto em mais de dois anos.
Petróleo
Os preços do petróleo tinham forte queda nesta sexta-feira após a opção pelo "Brexit" vencer o plebiscito, levantando temores de que uma desaceleração econômica mais ampla possa reduzir a demanda.
Às 8h42, o petróleo Brent, negociado em Londres, recuava 5,05%, a US$ 48,34. O WTI, dos Estados Unidos, tinha queda de 4,81% no horário, para US$ 47,70.
Mais cedo, os contratos chegaram a cair mais de 6%, a maior queda diária desde abril, quando produtores globais falharam em concordar com um congelamento da produção.
Brexit
Com os votos dos 382 distritos do Reino Unido apurados, a opção por deixar a União Europeia venceu por 51,9% a 48,1%, abalando mercados financeiros e provocando uma onda de choque e incredulidade global. O processo de saída da UE ainda precisa passar pelo Parlamento, mas um veto pelos legisladores é considerado suicídio político.
As consequências econômicas de uma saída devem se estender para o comércio -com prejuízo maior para Londres do que para Bruxelas, já que os britânicos dirigem metade de suas exportações à UE.
A consulta popular registrou índice histórico de comparecimento -72,2% do eleitorado- e recorde de 46,5 milhões de eleitores registrados.
Por volta das 4h (hora de Brasília), o premiê conservador, David Cameron, principal fiador do voto pró-UE, anunciou que irá renunciar ao cargo.