Salão de Automóvel de Detroit segue a tradição norte-americana de utilitários, picapes e motorzões

Dizem que tradição não muda mais jogo hoje em dia. No futebol, pode até ser mas, quando o assunto é automóvel, está aí o Salão de Detroit para contradizer isso. O motorshow perdeu força no últimos 15 anos, ficou bastante “esvaziado” após a crise de 2008, mas segue firme. Recuperou parte de sua importância e chega à edição 2015 com lançamento interessantes.   É verdade que o Salão não dá o mesmo baque de sair do verão brasileiro de mais de 40 graus para temperaturas abaixo dos 10 negativos. Mas dá para notar que o consumidor americano voltou às origens, tamanho os lançamentos de SUVs, picapes e esportivos bem ao gosto ianque.   Audi e Mercedes mostraram novos utilitários esportivos, enquanto a Nissan renovou a sua picape full size. A Ford honrou a tradição ao lançar os novos GT (ainda conceito) e Mustang Shelby GT350, e a Alfa Romeo revelou a bela versão sem teto do 4C.    Mas e os carros ecologicamente responsáveis? Estão aqui, como o novo NSX, com conjunto híbrido. A GM também mostrou boa vontade com o meio ambiente com as novas gerações do Volt e do Bolt, um conceito de compacto elétrico. A Volkswagen apresenta mais um utilitário-conceito, com motor híbrido.   Mas são minoria. Aquele papo de carros compactos econômicos, esquece: é coisa de californiano e nova-iorquino. Detroit é muito mais o espelho do que o norte-americano gosta em termos de carro.     Ford GT   A marca estadunidense honrou muito bem a tradição do GT. O cupê foi apresentado sob a forma de conceito com toda a pompa no Joe Louis Arena e pode ser apontado como “o carro do salão”. Com desenho bastante arrojado, tem plataforma e carroceria com bastante aplicação de alumínio e fibra de carbono. Suspensão ativa, aerofólio ajustável e aros de 20 polegadas são outros destaques neste esportivo que tem motor Ecoboost V6 biturbo com 633cv. O melhor é que o próprio Bill Ford, presidente mundial da marca, deixou evidente que o GT definitivo será lançado no ano que vem. Como nada é por acaso, em 2016 a Ford voltará a disputar as 24 Horas de Le Mans, 50 anos depois de o GT40 ter saído com os três primeiros lugares na tradicional prova automobilística.