Salão de Detroit: Bom para ver, mas quase nada virá para cá

O Salão do Automóvel de Detroit (Naias) nunca foi referência para o mercado global. Mas sempre era possível notar tendências que cedo ou tarde chegariam por aqui. No entanto, com a ausência de muitas marcas europeias, a mostra norte-americana tornou-se ainda mais “caseira”. Este ano praticamente nada do que foi mostrado lá deverá chegar por aqui.

Na verdade, o anúncio que pode interessar ao consumidor brasileiro (de tabela) foi a formalização da parceria entre Ford e Volkswagen para o desenvolvimento de picapes globais. Mas sejamos francos:essa notícia é mais interessante para os nossos hermanos argentinos. 

Tanto Ford e VW fabricam suas picapes em Coronel Pacheco, na região metropolitana de Buenos Aires. Mais precisamente, o que separa uma fábrica da outra é uma cerca, pois a instalação nasceu como uma fábrica da extinta Auto Latina. 

O primeiro passo do enlace será uma picape global, de porte médio, que deverá estrear em 2022. Em linhas gerais, será um produto que fará as vezes de Ranger e Amarok. A atual geração de ambas está perto de completar 10 anos e o desenvolvimento conjunto barateia custos. Quem duvida, pode perguntar à Nissan, Renault e Mercedes-Benz, que montam em Córdoba Frontier, Alaskan e Classe X.

Mais picapes
Um modelo apresentado em Detroit que chegará aqui, só em 2020, será a picape RAM 1500. O utilitário era prometido para este ano, mas por falta de um motor turbodiesel adequado para seu porte, só chega no ano que vem. Segundo a marca ele adotará a undidade V6 3.0 já presente nas versões maiores.

Segundo executivos da FCA, o motor será lançado nos EUA nos próximos meses. Até então a picape é vendida apenas com motor a gasolina. A Fiat-Chrysler considera que a falta do motor diesel comprometeria a competitividade do modelo, uma vez que todos seus concorrentes já oferecem, até a prima Toro. Mas para não dizer que Detroit "foi uma barrigada perdida" para os brasileiros, a FCA confirma a chegada da nova RAM 2500 ainda este ano.