No dia Mundial de Combate ao Câncer, hospital mineiro alerta para a importância do diagnóstico precoce
Advogada Carolina Leão, 40 anos, segue em tratamento (Francis Campelo/Fhemig)
Duas histórias, duas lições. A cuidadora de idosos Mônica Aparecida Silva, 50 anos, casada, mãe de duas filhas, e a advogada Carolina Leão, 40 anos, divorciada e sem filhos, estão em tratamento contra o câncer de mama no Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), unidade de saúde da rede Fhemig em Belo Horizonte.
Mônica recebeu diagnóstico precoce em outubro de 2024, fez cirurgia dois meses depois, não precisou de quimioterapia e iniciará as sessões de radioterapia em breve. A situação de Carolina é um pouco diferente. Ela teve a doença detectada em estágio avançado em março de 2021, quando tinha 36 anos de idade. Fez quimioterapia por seis meses, perdeu os cabelos e usou peruca por dois meses, além de ter sido submetida à radioterapia. A cirurgia foi realizada em fevereiro de 2022.
Mônica nunca foi sedentária, tem uma alimentação saudável e faz mamografias anualmente desde a menopausa, aos 44 anos. Carolina não tinha o hábito de se exercitar e não cuidava da alimentação. Apesar do histórico familiar - duas tias maternas tiveram a doença e uma delas morreu - ficou cinco anos sem consultar-se com um ginecologista e sem realizar exames preventivos.
As histórias dessas duas mulheres mostram como o diagnóstico precoce da doença é fundamental para o tratamento e para a cura. Quanto mais cedo, mais chances tem o paciente de dispensar quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
“A maioria dos cânceres quando detectados precocemente têm altas taxas de cura, mas nem todos são de fácil detecção precoce", explica o cirurgião oncológico do Aloberto Cavalcanti, Marcelo Gissoni. "O tratamento dos tumores iniciais é menos agressivo e menos complexo, com menos efeitos colaterais ou sequelas e com ciclos menores de quimioterapia, proporcionando uma melhor qualidade de vida”, pontua.
Segundo o médico, alguns tipos de câncer são preveníveis, como o de colo uterino, que tem relação com o HPV em quase 100% dos casos. A vacinação de crianças e adolescentes é uma forma eficaz de imunizar contra a infecção por esse vírus.
A prevenção também está ligada à adoção de um estilo de vida saudável. Isso significa abandonar o consumo de cigarros e álcool. Não comer alimentos ultraprocessados, controlar o peso, praticar algum tipo de atividade física, não se expor ao sol em excesso e nem usar anabolizantes ou outros hormônios para fins estéticos, entre outras medidas.
O cirurgião Marcelo Gissoni afirma que é fundamental ter uma rotina de cuidados com a saúde, conhecer o próprio corpo e estar atento a sinais ou alterações como o aspecto e a cor das fezes e da urina, dificuldade para urinar, mudanças no hábito intestinal, corrimento em mulheres, nódulos palpáveis (mama, pescoço, axilas, virilha etc.), pintas com aspecto diferente, ou que apresentem crescimento ou mudança de cor nos últimos meses, presença de feridas que demoram a cicatrizar, perda de peso ou de apetite sem motivo.
Ressalta ainda que, independentemente do estágio do câncer, a pessoa necessita do apoio dos familiares e amigos para manter hábitos saudáveis durante o tratamento.
Nos últimos três anos, o HAC realizou mais de 134 mil atendimentos em seus dois ambulatórios (Oncologia e Especialidades). Uma média de aproximadamente 45 mil atendimentos por ano.
(*) Com informações da Agência Minas
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