No Dezembro Laranja, Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica alerta que fake news podem interferir no diagnóstico e no tratamento
(Valter Campanato/ABR)
O câncer de pele é o mais comum no Brasil, que deve fechar o ano com 220.490 novos casos do tipo não melanoma, aponta o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Além destes, mais 8.980 registros anuais de melanoma, o tipo mais agressivo. Por aqui, as mortes em decorrência da doença devem saltar de 2,2 mil para 4 mil em 2040, projeta a Organização Mundial da Saúde - um aumento de 80% em relação às estatísticas atuais.
Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele o principal é a exposição solar excessiva, especialmente entre 10h e 16h. A maioria dos casos ocorre em pessoas sem história familiar da doença, mas cerca de 10% dos registros estão relacionados a uma síndrome associada à herança de mutação genética, conhecida como melanoma familial.
Outros fatores de maior risco são pele clara com muitas pintas ou sardas; uso de câmaras de bronzeamento, falta de uso de protetor solar e idade avançada, embora casos em jovens também sejam crescentes.
De acordo com o cirurgião oncológico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Rodrigo Nascimento Pinheiro, a cirurgia é o principal tratamento com intenção curativa para pacientes.
“Para a maioria dos casos, a cirurgia é bem efetiva, sobretudo quando a lesão apresenta bordas bem delimitadas. A cirurgia também pode ser utilizada em casos selecionados de tumores avançados e recorrentes”, explica.
Os sintomas mais comuns de câncer de pele incluem o surgimento de novas pintas ou alterações nas já existentes, com bordas irregulares, cores variadas e aumento de tamanho. A identificação precoce e a remoção da lesão, diagnosticada precocemente, são ações fundamentais para o tratamento eficaz. Pensando nisso, a SBCO elenca dez mitos e explica qual é a informação verdadeira. Confira:
Embora a exposição excessiva ao sol seja o principal fator de risco, a doença pode ocorrer em qualquer pessoa, independentemente do nível de exposição solar. Em alguns casos, o indivíduo pode apresentar mutação genética associada a uma síndrome de maior predisposição, como o melanoma familial. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença, sobretudo os de primeiro grau, devem se submeter a exames preventivos regularmente.
No Brasil, o melanoma, tipo mais agressivo, pode ser diagnosticado em qualquer tipo de pele, embora seja mais comum em pessoas de pele clara. Os negros apresentam menos risco, mas, quando a doença ocorre (especialmente nas extremidades das mãos, região plantar e sob as unhas) o prognóstico costuma ser pior.
Embora a incidência aumente com a idade, devido à exposição solar ao longo da vida, o melanoma tem sido diagnosticado com mais frequência em jovens adultos, especialmente entre aqueles que praticam atividades ao ar livre sem proteção adequada.
O melanoma, por exemplo, pode se desenvolver em áreas do corpo que não são frequentemente expostas ao sol, como as palmas das mãos, plantas dos pés ou nas mucosas. A detecção precoce é essencial.
Embora o melanoma seja o tipo mais agressivo e com maior taxa de mortalidade entre os cânceres de pele, outros tumores malignos cutâneos, como os não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular), também representam riscos significativos. O carcinoma basocelular é o mais comum e, embora raramente seja fatal, pode causar sérios danos locais se não tratado. Já o carcinoma espinocelular tem um potencial maior de metastatizar e pode ser fatal em casos avançados.
O protetor solar deve ser reaplicado a cada duas horas e sempre após nadar ou suar excessivamente. A quantidade deve ser suficiente para cobrir todas as áreas expostas da pele. A exposição solar nos horários de pico (entre 10h e 16h) deve ser evitada, sempre que possível. Vale lembrar que mesmo na sombra, não estamos livres da radiação ultravioleta.
Muitas vezes, o câncer de pele pode se desenvolver sem dor, coceira ou qualquer outro sintoma. Mudanças na aparência da pele, como manchas novas ou alterações em pintas existentes, são sinais mais comuns.
Quando há regularidade nas consultas de rotina, o mais provável é que a doença seja detectada em fase inicial, o que traz um bom prognóstico. As chances de cura dependem de quando o câncer de pele é descoberto. Se for um não melanoma, a remoção do tumor costuma ser simples. No caso dos melanomas, o procedimento varia de acordo com a extensão da doença.
Embora a biópsia seja usada para confirmar o diagnóstico, o câncer de pele também pode ser detectado inicialmente por meio de outros exames, como a dermatoscopia, técnica não invasiva de avaliação da pele.
Em muitos casos, especialmente os não melanoma, o tratamento pode ser simples, envolvendo apenas a remoção da lesão cancerígena por meio de uma pequena cirurgia ou procedimento como a curetagem.
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