Segundo dados da OMS, 40% dos brasileiros têm dificuldade para dormir bem
Um sono de qualidade é imprescindível para uma vida saudável. Dormir bem é essencial para a saúde do corpo e da mente, ajudando na concentração, no aprendizado, no humor e na memória. Por isso, todos devem conhecer e identificar os sintomas e sinais que podem indicar um distúrbio no sono, entre eles sonolência diurna, fadiga, roncos, apneia, irritabilidade, diminuição da performance, insônia e alteração de memória e concentração. Grande parte das pessoas não se atenta a esses sinais e não entende que pode ganhar qualidade de vida se dormir melhor.
De acordo com Daniela Neves, coordenadora do serviço de Medicina do Sono do Mater Dei Santo Agostinho, dormir bem é muito importante: “o sono reparador ajuda na redução de doenças cardiovasculares e diabetes, na liberação de alguns hormônios, na manutenção do peso corporal e no fortalecimento imunológico, além de melhorar a concentração e o foco e reduzir acidentes de trabalho e de trânsito”, garante.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os distúrbios do sono afetam 40% dos brasileiros e 45% da população mundial. Atualmente, existem mais de 80 transtornos do sono classificados pela Academia Americana do Sono, que aumentam a propensão a distúrbios psiquiátricos, déficits cognitivos, surgimento e agravamento de problemas de saúde, riscos de acidentes automobilísticos, absenteísmo no trabalho, entre outros.
No caso dos trabalhadores de turnos, especialmente os noturnos, estudos indicam que a privação de sono aumenta o risco de doenças como hipertensão, diabetes, distúrbios mentais e de humor. “A sonolência excessiva diurna é mais comum entre trabalhadores de turno, com uma prevalência de 60,7% em comparação com 37,1% em trabalhadores regulares. Esses distúrbios no sono, não apenas afetam a qualidade de vida, como também aumentam os riscos de acidentes ocupacionais e de trânsito. Por isso, a implementação de medidas para melhorar a qualidade de sono deve ser uma prioridade, explica a Dra. Daniela Neves.
Segundo estudos da Fiocruz, 72% da população brasileira sofre por falta de sono reparador, seja por privação ou distúrbios como insônia e apneia, sendo esta responsável por acometer 33% dos adultos. Isso pode trazer complicações na saúde, como doenças cardíacas e metabólicas.
Para uma das coordenadoras dos Laboratórios de Sono do Mater Dei Santo Agostinho e Mater Dei Nova Lima, Luciana Macedo, é preciso prestar atenção nos sintomas da privação de sono e se cuidar. “O reconhecimento da especialidade de Medicina do Sono tem aumentado nos últimos anos. Ao estudarmos as funções do sono e investigarmos os distúrbios e suas causas de maneira individualizada, conseguimos oferecer o tratamento mais assertivo que atenda às necessidades fisiológicas de cada paciente. Os distúrbios do sono têm múltiplos fatores e muitas opções de tratamento”, alerta.
O exame padrão ouro para o diagnóstico de muitos distúrbios do sono é a polissonografia, além de outros que são complementares para ajudar a definir o tratamento. “A polissonografia é imprescindível para o diagnóstico dos distúrbios respiratórios do sono e da maioria dos distúrbios neurológicos. O exame avalia algumas variáveis fisiológicas do organismo em uma noite inteira de sono e o paciente tem a possibilidade de fazê-lo em regime hospitalar ou domiciliar”, orienta Luciana Macedo.
Cada paciente é único, assim como o tratamento oferecido a ele. “A cada ano tenho percebido uma mudança de consciência em relação ao sono que tem interferido na qualidade de vida e na performance durante todo o dia. Todos querem envelhecer bem. Os idosos e, até mesmo, os atletas de alta performance estão atentos quanto à importância de uma boa qualidade do sono e se cuidam muito melhor”, acrescenta Luciana Macedo.
Mateus Borges, de 38 anos, relembra sua trajetória até decidir procurar um especialista. “Há um ano eu não conseguia dormir por conta de uma apneia grave que atrapalhava, inclusive, o meu rendimento no trabalho. Eu não tinha disposição para nada, sempre cochilava e as pessoas realmente começaram a se assustar vendo como eu sofria para dormir". Ele fez exames e iniciou o tratamento. Hoje, dorme melhor, já perdeu peso e garante ter mais qualidade de vida.
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