(Miva Filho/ SESPE/ Divulgação)
Mais de 800 mil doses contra a Covid estão paradas em Minas. A falta de estrutura de muitos municípios para armazenar os imunizantes em condições seguras de refrigeração é o principal motivo para a estocagem. Porém, a baixa procura pela conclusão do esquema vacinal também explica o cenário, que pode prejudicar o andamento da campanha.
Não há risco de perda de doses nesse momento. Os dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) indicam que quase metade é da Pfizer, que têm validade de no máximo 30 dias após o descongelamento. As unidades estão guardadas nas centrais regionais ou na Rede de Frio, em BH.
As limitações nas salas de vacina das cidades foram confirmadas pela responsável pela diretoria de Vigilância de Agravos Transmissíveis da SES, Marcela Ferraz.
Conforme a técnica, o recebimento de remessas depende do planejamento e capacidade dos municípios. A cada lote, as Unidades Regionais de Saúde consultam as prefeituras.
Segundo o Estado, houve repasse de recursos para estruturação dos espaços, mas existem dificuldades, por exemplo, nos processos licitatórios. A SES disse que medidas estão sendo tomadas, principalmente com relação à orientação.
Mais rapidez
Na semana passada, o tema foi abordado pelo secretário de Saúde, Fábio Baccheretti. Ele chegou a dizer que eram quase 2 milhões de doses aguardando a retirada. “As regionais têm doses esperando que busquem e temos que imunizar a população o mais rápido possível”.
Baccheretti destacou que o Estado deve receber mais de 10 milhões de imunizantes da Pfizer até o fim do ano. “Então, não vai faltar vacina. Não podemos deixar doses paradas, não existe nenhum risco de desabastecimento”.
Faltosos
A “atual” procura pela vacinação é outro problema enfrentado. Ao contrário do que ocorreu no início da campanha, a imunização contra a doença pode estar sendo deixada de lado por muitos mineiros.
Segundo a SES, mais de 2,5 milhões de pessoas não voltaram aos postos de vacinação para receber a segunda dose contra a Covid. Desse grupo, 1,3 milhão estão com a AstraZeneca em atraso.
“Isso vai exigir dos municípios mais estratégias de busca ativa e busca de faltosos, ou seja, mais pró-atividade nas ações de vacinação. É importante reforçar para a população que as pessoas que não completaram o esquema vacinal ficam mais vulneráveis à infecção, elevando tanto o risco individual quanto o coletivo”, acrescentou Marcela Ferraz.